Um segurança da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em Patos de Minas, no Alto Paranaíba, alega que foi demitido recentemente da instituição por usar cavanhaque. Laércio Madureira tem 59 anos e era aposentado, mas resolveu voltar a trabalhar. Ele disse que chegou a ficar três meses na universidade, após ser contratado por uma empresa terceirizada para prestar serviço de segurança na biblioteca, até que um dia recebeu um ultimato: ou ele tirava o cavanhaque ou ele seria demitido.
“Parei de trabalhar porque a família pediu, mas não aguentei e voltei. Aí eu volto e sou discriminado. Eu tenho o cavanhaque há 15 anos. Por isso eu acho que tem que ser divulgado para as outras pessoas não passarem pelo que eu passei”, desabafou. O prefeito da UFU, Renato Pereira, disse que a universidade vai constituir uma comissão de inquérito para apurar o fato.
Segundo Laércio, a história começou com a visita do responsável pelo Departamento de Segurança da UFU. “O cara chegou e falou simplesmente que eu teria que fazer o cavanhaque porque com o cavanhaque eu não participaria mais do contrato com eles, que eu teria que ser substituído”, lembrou. A pessoa que ele se referiu é o gerente da Divisão de Vigilância e Segurança Patrimonial da Universidade da Universidade Federal de Uberlândia (DIVIG-UFU), Gilvander Fernandes, funcionário público que trabalha na instituição há 30 anos. Ele reconheceu que naquele momento foi contra o cavanhaque.
Gilvander Fernandes explicou que a orientação seria de não usar o cavanhaque e usar cabelos curtos e uniforme, baseado numa resolução. Entretanto, o regimento Interno da Divisão de Vigilância e Segurança Patrimonial da Universidade diz que o cabelo e a barba devem estar aparados. “Isso é uma questão de interpretação. E eu interpretava que seria raspado”, frisou.
O gerente da empresa TSG, que contratou o funcionário, Alexandre Carvalho, disse que a demissão teve outros motivos. “O fiscal da UFU foi lá e, chegando ao local de serviço, não tinha ninguém da nossa empresa e depois de umas duas horas apareceram dois funcionários sem uniformes”, justificou.