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Domingo, 28 de julho de 2024

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Sindicância apura caso de autista esquecido em centro de reabilitação

A Prefeitura de Taboão da Serra, na Grande São Paulo, informou na manhã desta terça-feira (25) que abriu uma sindicância para apurar o caso do adolescente autista que ficou cinco horas preso em um centro de reabilitação social do Jardim Vitória após ter sido esquecido por funcionários na unidade. O centro de reabilitação, que pertence à Secretaria de Assistência Social, atende 126 pessoas entre jovens e adultos.


Segundo o secretário de Comunicação José Ribeiro Junior, duas funcionárias do centro, uma assistente social e uma orientadora responsáveis pelo fechamento da unidade serão ouvidas. “O responsável será penalizado. Existe um funcionário responsável por levar os alunos até a van. Não sei o que aconteceu, existe conferência de entrada e saída”.

De acordo com o secretário, a van não estava quebrada no fim da tarde desta segunda-feira (24), conforme informou a família da vítima, e levou os demais alunos para casa. Ele informou que, na verdade, as vans que são terceirizadas deixaram de funcionar nesta terça-feira, devido a uma negociação entre os perueiros que pedem reajuste a prefeitura.

O adolescente autista, de 17 anos, continuará frequentando a unidade mesmo depois do ocorrido, segundo a avó do garoto. “Como não conseguimos que ele fosse matriculado em nenhuma escola, [o centro de reabilitação] é um lugar onde ele consegue se distrair com a banda de música e outras atividades. Se ele não for lá, não terá pra onde ir”, disse a dona de casa Aparecida Creuza Geroldi, 68 anos.

Aparecida, que cuida do neto, conta que era o terceiro dia que o jovem frequentava o centro de reabilitação. Foi ela quem recebeu o telefonema dizendo para buscá-lo. “Uma funcionária ligou por volta das 17h50 dizendo que a van tava quebrada. Vinte minutos depois, a mãe dele já estava no centro, mas encontrou tudo fechado”, conta.

Após várias idas ao local, a família tentou falar a diretora da unidade, mas não conseguiu. “Ficamos desesperados, achamos que algo ruim tinha acontecido. Procuramos por ele até no hospital”, desabafa a avó.

Caso
Após encontrar as portas do centro fechadas e não conseguir falar com nenhum funcionário da unidade, a família do adolescente ligou para a Polícia Militar e para a Guarda Municipal. Dois guardas foram até o centro de reabilitação. Desconfiados de que o adolescente pudesse estar ainda lá dentro, eles pularam o muro.

“Quando o colega ligou a lanterna e o menino percebeu aquele sinal de luz, ele imediatamente abriu a cortina, se apresentou, em estado assim quase de desespero”, disse Glycon José Bernardes Junior, inspetor da Guarda Civil.

A avó conta que o menino, que não consegue falar, ficou sem tomar o remédio. “Ele estava transtornado, chorando, muito nervoso, quando foi encontrado no banheiro”, disse. Durante as horas em que ficou sozinho, o jovem jogou alguns objetos no chão.

A família registrou ocorrência na Delegacia Central de Taboão da Serra. A coordenadora do centro não estava presente no momento da saída.
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