As ocorrências de crimes eletrônicos crescem a cada dia. Somente este ano foram registrados 640 casos. Em primeiro lugar está o estelionato. Depois vem a difamação, falsa identidade e calúnia. Muitas vezes, as denúncias envolvendo relacionamento afetivo estão relacionadas ao crime de difamação. A pena para esse tipo de crime pode ser detenção.

"A orientação realmente é se preservar e não expor a intimidade de forma nenhuma. A partir do momento em que as suas informações caem na rede, elas podem ser captadas e divulgadas de forma muito rápida, totalmente sem controle", explicou o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Eletrônicos, delegado Jeremias dos Santos.

Grávida de oito meses, uma jovem de 19 anos procurou a delegacia para denunciar a ex-namorada do marido. Ela conta que a mulher não aceita o fim do relacionamento e começou a fazer ameaças por uma rede social. Em uma frase, ela manda a vítima calar a boca. Em outra, chegou a chamá-la para brigar.

"Ela olha tudo o que eu faço e diz que sabe onde eu moro e detalhes da minha vida. Chegou ao ponto de me ameaçar e eu vou ter um filho agora. Isso não pode ficar assim", lamentou.

Quando a ameaça sai do mundo virtual e vai para as ruas, muitos casos podem acabar até em assassinato. Por isso, a polícia orienta a vítima a ter uma medida protetiva.

O delegado esclarece que nos casos envolvendo casais ele pede para a vítima também procurar a Delegacia da Mulher. "A delegacia de crimes eletrônicos dá todo o suporte na parte investigativa, na questão do meio eletrônico e virtual. Mas, em alguns casos, nós temos uma violência real. Então, é importante acionar a Delegacia da Mulher para que sejam tomadas medidas mais urgentes".