O estudante cearense, José Leandro Pinheiro, 21 anos, foi morto com uma pedrada na cabeça e quatro facadas na altura do peito, na república onde morava há um ano, no Jardim Botânico, zona sul do Rio de Janeiro.
Pinheiro estava deitado na sua cama na hora do crime e não teria reagido, já que não há marcas de luta pelo quarto do jovem. No quarto da vítima foram encontrados frascos de dois remédios, que o delegado Rivaldo Barbosa, da Delegacia de Homicídios (DH), acredita ser tranquilizantes. Duas facas manchadas de sangue, e uma pedra bem grande e pesada, ainda com marcas de pele, foram encontradas.
"Tudo indica que primeiro José Leandro foi alvejado com uma pedrada na cabeça e em seguida levou quatro facadas. Ele estava deitado na sua cama e não sabemos ainda se ele estava dormindo ou falando ao celular", disse Barbosa.
O suspeito do crime é o colega de quarto, o estudante Bruno Eusébio dos Santos, 26 anos, Os dois são alunos de mestrado do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), que fica também no Jardim Botânico. Bruno foi encontrado desorientado na cozinha da casa, e foi encaminhado para o hospital municipal Miguel Couto, na Gávea.
"Bruno foi encontrado desorientado e vomitando, pela polícia na cozinha, e foi encaminhado para o hospital. Ele está sob custódia, tão logo seja liberado pelos médicos, irá para a DH para prestar esclarecimentos. Caso fique provado que ele matou o colega, será preso em flagrante", afirmou Barbosa.
Um amigo e vizinho de José Leandro, Thiago Augusto Silva Dourado, 26 anos, disse que o estudante era muito calmo e querido por todos. Já o suspeito, quieto e esquisito. "Todos gostavam muito dele (José Leandro). Mesmo que fosse ofendido ou xingado, ele levava na brincadeira, e nunca se esquentava com nada. Já o Bruno era esquisito, falava pouco e não costumava se misturar", disse o amigo.
De acordo com o delegado, não houve festa na república na noite anterior e nem foram encontrados bebidas alcoólicas e drogas na casa. Objetos pessoais da vítima e do suspeito, como notebooks, celulares e documentos, foram apreendidos. As duas facas manchadas de sangue e a pedra usada no crime também foram recolhidas.
Os colegas de república da vítima foram levados para depor na DH da Barra da Tijuca, e preferiram não falar com a imprensa. Os jovens estão muito abalados, segundo o delegado, que afirmou que os colegas viram a vítima e o suspeito conversarem até a 1h desta quinta-feira.
A pedra que foi usada para matar a vítima, no segundo andar da casa, foi vista na noite anterior no lugar onde costumava ficar, no andar térreo, onde era usada para calçar uma porta. Os estudantes informaram à polícia que, na noite anterior ao assassinato, não ouviram discussão.
