Direção, professores e alunos do Colégio Luterano Concórdia, em Canoas, Região Metropolitana de Porto Alegre, não serão indiciados por possíveis maus-tratos a animais, informou nesta terça-feira (06) a Polícia Civil. O inquérito que apurou a dissecação de animais como gatos em aulas práticas de biologia da instituição foi concluído e encaminhado ao Judiciário.

O caso foi revelado depois da denúncia feita por uma mãe de que alunos utilizavam animais durante as aulas na escola. As imagens de gatos mortos foram postadas pelos próprios estudantes no Facebook e geraram revolta entre internautas e entidades protetoras dos animais. Nas imagens, os alunos apareciam segurando partes dos animais, como cabeças, patas e pele.

Segundo a delegada Sabrina Deffente, da 3ª Delegacia de Polícia de Canoas, durante a investigação não foi possível comprovar o crime de maus-tratos e determinar se os animais estavam vivos durante os experimentos. Em nota, a escola afirmou que os gatos usados em sala de foram recolhidos mortos na rua, após vítimas de atropelamento, e mantidos em refrigeração.

“Não conseguimos comprovar o caso de maus-tratos, a pericia ficou prejudicada pelo descarte dos restos. E nenhuma testemunha disse que os animais chegavam vivos”, disse ao G1 a delegada. “Encaminhamos o inquérito ao Judiciário para que avalie a conduta do colégio pela lei de utilização de animais”, acrescentou.

O resultado da investigação foi encaminhado ao Ministério Público. Agora, cabe ao Poder Judiciário avaliar a aplicação de possíveis punições à escola, como multas. A polícia afirma que a instituição não tem licença para realizar atividades de ensino e pesquisa com animais, prática restrita a instituições de Nível Médio de cursos técnicos da área Biomédica ou de Ensino Superior, de acordo com a legislação.