Está chegando o dia da decisão. Nesta segunda, Bruno e outros quatro réus começam a ser julgados pelo desaparecimento e morte da modelo Eliza Samudio, no Fórum de Contagem. Confiante de que será inocentado, o goleiro tem se concentrado na biblioteca do presídio às vésperas de enfrentar o júri.
— Bruno está animadíssimo para o julgamento. Ele acredita que será absolvido. Para aliviar a tensão, ele está lendo a Bíblia e livros do Monteiro Lobato, pois continua sendo um meninão — afirma o advogado de defesa Rui Pimenta.
A estratégia da defesa é provar que Eliza está viva. Para isso, Rui seguiu duas pistas. A primeira é de que a ex-amante do jogador teria conseguido um passaporte falso em Governador Valadares, em Minas, e fugido para Bolívia. A segunda teoria é de que ela teria sido vista por um taxista, em São Paulo, no dia 25 de junho de 2010 (15 dias após a data em que teria sido morta), que a teria deixado em um hotel na mesma cidade.
— Mesmo que eu não consiga provas sobre o paradeiro de Eliza, Bruno ganhará a liberdade. Outro argumento é de que não há materialidade sobre a morte dela.
Para o advogado de acusação, José Arteiro, a tese da defesa não se sustentará.
— Tudo o que os advogados de defesa estão dizendo é sinal de desespero. Estão fazendo um papel ridículo. Quanto mais eles arranjam o que falar, mais me dão material para trabalhar. Eles querem convecer o povo com mentiras e não com provas — disse o advogado que representa a mãe da modelo.
Em um caso marcado por várias versões, a única certeza, por enquanto, é de que a disputa entre acusação e defesa será acirrada. Caberá a sete jurados, escolhidos entre 25 convocados, decidir o destino dos réus.
Reencontro no banco dos réus
Entre os acusados que sentarão ao seu lado no banco dos réus (Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, a ex-mulher do jogador, Dayanne Rodrigues do Carmo, e a ex-namorada do goleiro Fernanda Gomes de Castro), é Macarrão quem deixa Bruno satisfeito em rever.
— Bruno e Macarrão sempre foram amigos, e ele (Bruno) ainda o considera assim. Não duvido que o Macarrão já tenha nutrido outro tipo de sentimento, mas hoje em dia não mais. Ele estão separados há muito tempo. É como um casamento. Quando há separação, um não quer saber mais do outro — explica Rui, que prossegue: — A amizade continua, como diz a tatuagem que Macarrão fez em homenagem a Bruno (“Bruno e Maka. A amizade nem mesmo a força do tempo irá destruir, amor verdadeiro”).
