A operação Purificação prendeu, nesta terça (4), 60 policiais corruptos, além de 11 traficantes, no Rio de Janeiro. Para o sociólogo Gláucio Soares, professor da Uerj, este é um problema recorrente no estado. "Há uma perpetuação de certos hábitos. Uma coisa interessante é que o efeito para os policiais da banda limpa. Essas ações de prender os culpados acabam desmoralizando essas pessoas perante a opinião pública. Essas pessoas podem ser, dependendo de quem está acima, perseguidas por não entrarem no esquema".

O sociólogo lembrou de antigos governos para evidenciar o problema da corrupção, citou números para provar que os corruptos são minoria e mostrou otimismo com o trabalho feito pelo atual secretário de segurança, José Mariano Beltrame.

"Houve governo que quem estava na cabeça da Polícia Civil era ligado a uma série de ações criminosas. Na organização são 40 mil pessoas. Se 70, 80 pessoas foram presas a grande maioria não está envolvida. O Rio vive uma nova fase e não tenho dúvida alguma que o secretário de segurança tem uma grande influência. Felizmente, para os cariocas, temos um excelente secretário. Não é a toa que em cinco anos conseguimos esses decréscimos (na taxa de homicídios)", destacou.

A série de violência em São Paulo foi usada como exemplo de que uma mudança pode acabar com todo um trabalho: "Olha o que acontece em São Paulo. Há pouco tempo era exemplo para o país de melhores resultados. E, por uma troca erronea da equipe de segurança, as taxas de homicídio voltaram a crescer e o conflito entre polícia e bandidagem voltou a acontecer".