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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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'Eu, Delma e Pablo planejamos tudo da Itália', diz sogro da alemã morta

Prestando depoimento pela terceira vez durante o julgamento do caso Jennifer Kloker, nesta quarta-feira (12), o italiano Ferdinando Tonelli confessou ter planejado o assassinato da nora, a turista alemã, junto com a mulher, Delma Freire, e o filho adotivo, Pablo Tonelli. "Eu sou culpado", disse ele à juíza Marinês Marques Viana.


Segundo Ferdinando, o crime foi cometido porque a jovem alemã era "muito cruel" com o filho, então com 2 anos, e com a família. "Foi por amor ao meu neto", disse. Jennifer, 22 anos, foi morta a tiros em fevereiro de 2010, em São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife.

Além de Ferdinando, respondem pelo assassinato Pablo Richardson Tonelli, marido de Jennifer; Alexsandro Neves dos Santos, que teria efetuado os disparos; Delma Freire, sogra da vítima; e Dinarte Dantas de Medeiros, irmão de Delma. Logo no início da sessão, na segunda-feira (10), foi suspenso o julgamento de Alexsandro Neves dos Santos, porque o advogado que o defendia ficou doente. O júri dele foi remarcado para o dia 27 de fevereiro de 2013.

Nesta quarta, a juíza voltou a perguntar sobre quem teria feito os disparos, mas Ferdinando se negou a responder. Alexsandro Neves dos Santos está sendo acusado de ter atirado na alemã, mas Ferdinando não confirma essa versão.

No início da sessão, o advogado de Ferdinando Tonelli, Rodrigo Almendra, havia pedido à juíza que seu cliente fosse interrogado novamente. No primeiro depoimento, na terça-feira (11), ele havia negado participação no crime. No mesmo dia, Ferdinando pediu para falar de novo e contou que sabia do plano de matar Jennifer, alegando que não tinha falado antes porque tinha sido contactado por um advogado pedindo que não confessasse o crime. A juíza acatou o pedido.

O terceiro dia de julgamento do caso Jennifer Kloker, quarta-feira (12), começou com uma hora de atraso. É o dia dos debates e comenta-se a possibilidade de que Delma Freire, acusada de ser a mandante do crime, preste novo depoimento. Félix Santos, advogado do réu Dinarte Dantas de Medeiros, afirmou na manhã desta quarta que Delma, ao final da sessão da terça (11), teria se aproximado da juíza e pedido para falar. "Os trabalhos já tinham sido encerrados. Ela tem esse direito, mas cabe à juíza decidir. Não é ampla defesa? Pode ser que a juíza defira hoje o pedido. Se ela confessar, é melhor para ela", disse Santos.

Entenda como será a rotina do julgamento nesta quarta-feira.

O advogado de Delma, José Carlos Penha, nega que sua cliente tenha feito qualquer pedido. "Tudo que ela já tinha a dizer, já disse", alegou Penha, que afirma ainda não mudar sua tese de defesa após as confissões. "Delma é inocente. Se ela fez algo, agiu para defender alguém, ela é mãe", afirmou o advogado da ré.

Questionado sobre a possibilidade de Delma falar no júri nessa quinta, o promotor André Rabelo concordou com o advogado da acusada, afirmando que ela teve já três oportunidades. "Delma gosta muito de aparecer, ela é uma criminosa nata. [...] Se ela tivesse que falar, já teria falado. Agora que todos confessaram, ela só vai querer aparecer", acredita o promotor.

Para o promotor, os debates não devem durar tanto quanto o previsto. "O tempo é mais do que suficiente para mostrarmos ao júri os fatos que já foram apresentados, porque não é preciso provar nada. O que eu verifico é que, com a confissão dos réus e o silêncio de Delma, não há muito o que se argumentar. Só se eles quiserem ficar conversando uma hora e meia", afirmou Rabelo.

Os promotores André Rabelo e Ana Cláudia Walmsley Paiva têm até quatro horas para expor argumentos e evidências que convençam os jurados da culpa dos réus. Na sequência, os advogados farão a defesa dos suspeitos, com direito a uma hora e meia para cada um deles.

Na segunda-feira (10), o Conselho de Sentença foi formado e as testemunhas de acusação prestaram depoimento. Na terça-feira (11), os quatro réus foram ouvidos .
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Próximos passos
Seis mulheres e um homem formam o Conselho de Sentença, que vai decidir o destino desses quatro acusados. Após os debates desta quarta, o júri entra na fase da réplica e da tréplica, com duração prevista de duas horas para cada parte.

Depois, os jurados são levados para uma sala isolada, para decidir pela condenação ou absolvição dos réus - em maioria simples e caráter sigiloso. Caso sejam condenados, a juíza é quem define a duração da pena

O caso
Jennifer Kloker foi morta com dois tiros, em 16 de fevereiro de 2010. O corpo dela foi achado no dia seguinte, às margens da BR-408, em São Lourenço da Mata, próximo ao Terminal Integrado de Passageiros (TIP). A previsão é que o julgamento se estenda até quinta-feira (13).

Os Tonelli disseram à polícia terem sido vítimas de latrocínio - assalto seguido de morte - logo no começo do inquérito policial. Com o desenrolar das investigações, os policiais descobriram que Jennifer tinha um seguro de vida e concluíram que a morte foi tramada pela família.

Os acusados foram indiciados pela Polícia Civil por formação de quadrilha e homicídio duplamente qualificado (por motivo fútil e uso de recurso que tornou impossível a defesa da vítima). O grau de parentesco e a convivência entre Kloker e três acusados (Pablo, Delma e Ferdinando) são considerados circunstâncias agravantes.
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