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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Itep vai antecipar laudo sobre a morte de fisioculturista em Natal, diz polícia

Os laudos complementares do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) do Rio Grande do Norte - que objetivam esclarecer em definitivo a causa da morte da fisioculturista paulista Fabiana Caggiano Paes, de 36 anos, que morreu em Natal na última quarta-feira (2), em um leito de UTI –, devem ser concluídos já nos próximos dias, segundo informações do delegado geral Fábio Rogério. Com o resultado oficial da perícia, a Polícia Civil pretende apontar se Fabiana morreu de causas naturais, em razão de complicações após um eventual desmaio no banheiro do hotel em que esteve hospedada, ou se ela foi mesmo assassinada.


Os laudos, segundo o delegado Frank Albuquerque, designado especialmente para investigar a morte da fisioculturista, incluem exames necroscópicos e testes toxicológicos no corpo da vítima, além de testes com luminol para detecção de vestígios de sangue no apartamento 505 do Hotel Arituba, onde Fabiana e seu marido, o empresário paulista Alexandre Furtado Paes, ficaram hospedados. “Como se trata de um caso de repercussão nacional, conversei com o diretor geral do Itep, Nazareno de Deus, e ele me garantiu dar total prioridade para este caso”, afirmou o delegado geral Fábio Rogério.

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Preliminarmente, a autópsia feita no corpo de Fabiana indicou que ela sofreu asfixia mecânica, tendo sido, possivelmente, morta por estrangulamento. Contudo, o médico legista Cícero Tibério anunciou que seriam necessários laudos complementares para que não restassem dúvidas quanto à causa real da morte de Fabiana.

"Os exames toxicológicos foram solicitados para que eu possa saber se ele foi sedada, envenenada ou mesmo se ingeriu algum entorpecente. Caso o laudo aponte alguma substância química desta natureza no corpo dela, seria mais um agravante", explicou o delegado Frank, acrescentando que "os testes de luminol também podem indicar, caso se descubra vestígios de sangue de Fabiana em algum cômodo do quarto, se o casal entrou em luta corporal".

Delegado Frank Albuquerque
(Foto: Anderson Barbosa/G1)

Ainda de acordo com o delegado, se for comprovado que a paulista foi vítima de assassinato, Alexandre será indiciado por homicídio qualificado. “Se os laudos confirmarem que ela foi mesmo estrangulada, ele responderá pelo crime, que podem incluir os agravantes de motivo fútil e/ou de que a vítima não tinha condições de se defender”, acrescentou o delegado Frank Albuquerque.

“Tudo não passa de um erro”, diz marido

O empresário Alexandre Paes disse que os laudos preliminares feitos pela polícia técnica em Natal estão errados. “Tudo não passa de um erro”, afirmou. Ainda segundo a versão do marido, Fabiana foi levada para a UTI de um hospital particular na manhã da quinta-feira (27), apresentando quadro de insuficiência respiratória. “Ela teve 20 paradas cardíacas. Os médicos do Samu tentaram reanimá-la e não conseguiram. Como isso pode ter ligação com um sufocamento? Esse laudo está errado. Eu vou pedir outro em São Paulo. Irei acompanhar isso com o suporte de um advogado. Estou muito abalado”, declarou com exclusividade ao G1.

Contradições

Em dois depoimentos prestados ao delegado, Alexandre também sustenta a versão de que a mulher sofreu um desmaio e caiu enquanto tomava banho. Abaixo, trecho do segundo depoimento do marido, prestado no último dia 3, momento antes dele embarcar para São Paulo:


Trecho do último depoimento de Alexandre à polícia (Foto: Anderson Barbosa/G1)
No entanto, também em depoimento, cujo conteúdo o G1 também teve acesso com exclusividade, uma testemunha ouvida pelo delegado declarou o contrário. Veja:

Depoimento de testemunha do caso Fabiana Caggiano (Foto: Anderson Barbosa/G1)

Com as contradições dos depoimentos, o delegado disse que está convencido de que Alexandre mentiu à polícia. “Ele afirmou, nas duas vezes que eu o interroguei, que Fabiana tinha desmaiado enquanto tomava banho. E isso não é verdade. Cinco testemunhas foram ouvidas, entre funcionários do hotel e socorristas do Samu, e todas afirmam que o banheiro do quarto estava seco. Não havia uma gota d'água no chão e nem no corpo da mulher”, disse Frank.

Luta corporal

A polícia do Rio Grande do Norte ainda vai colher o depoimento de um homem que teria ouvido "sons semelhantes a uma luta corporal" entre a fisioculturista e o marido dela. Essa testemunha estava hospedada no apartamento vizinho ao do casal no hotel. O homem já foi localizado pelo delegado e será ouvido.

Também em depoimento prestado à polícia, uma funcionária do hotel contou ao delegado que este hóspede disse que "havia escutado sons emanados do apartamento 505 [em que Fabiana e Alexandre estavam hospedados] semelhante a uma discussão de casal, acompanhado de sons semelhantes a uma luta corporal e em seguida ouviu-se um silêncio, pouco tempo depois ouviu o homem [Alexandre] dizer 'Acorda, Fabiana. Acorda!', segundo consta do trecho do depoimento abaixo:

Suposta amante

Em depoimento, Alexandre também disse ao delegado que não tinha amante. Porém, Frank Albuquerque contou que a mãe de Fabiana admitiu ter visto no celular do genro várias mensagens amorosas de uma suposta amante, uma advogada que reside em Osasco. Nas mensagens, segundo o delegado, a mulher chegou a alertar Alexandre quanto ao valor da tarifa telefônica, para que ele não fizesse muito uso do telefone celular para não encarecer a conta, além de vários textos amorosos - cujos conteúdos não foram divulgados. "Já entrei em contato com a delegacia de Osasco e vamos ouvir a advogada por precatório", confirmou Frank Albuquerque.

Enterro sem velório

O corpo da fisioculturista Fabiana Caggiano Paes foi enterrado neste sábado (5) em Jandira, na Grande São Paulo. O sepultamento aconteceu às 9h no Cemitério AlphaCampus. A família optou por não realizar o velório, segundo o cemitério - o corpo deixou a funerária e foi enterrado.

A morte de Fabiana

A paulista Fabiana Caggiano Paes, de 36 anos, morreu em Natal na última quarta-feira (2). A causa da morte, como já foi dito, ainda não foi confirmada, mas o laudo inicial do Instituto Técnico-Científico de Polícia do RN apontou características de asfixia mecânica - quando as vias respiratórias são bloqueadas. Fabiana morava em Osasco, na Grande São Paulo. Ela, o marido e alguns familiares chegaram na semana passada a Natal e pretendiam ficar na cidade até esta semana.

Em depoimento à polícia potiguar, o marido disse que ela sofreu um acidente na quinta (27/12), enquanto tomava banho no hotel onde estavam hospedados. Depois de ser socorrida pelo Serviço Móvel de Urgência (Samu), Fabiana foi encaminhada à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular da capital, onde permaneceu até morrer.

De acordo com o delegado do caso, Frank Albuquerque, foram encontrados sinais de asfixia mecânica. “Ao abrir os pulmões e a traqueia dela, os peritos verificaram características de asfixia mecânica, como se algum instrumento tivesse colocado força sobre as vias respiratórias de Fabiana. Havia hemorragia ao redor do pescoço dela e pontos de sangue no pulmão que apontam para o sufocamento”, disse o delegado. “É muito difícil isso ter acontecido por causa de uma queda, já que a superfície onde ela caiu é lisa, pois o chão do banheiro do hotel é de azulejo. Não tem condição de tapar totalmente a boca e o nariz dela”, acrescentou.

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