O engenheiro civil Felipe Paschoali, irmão de Artur Paschoali, que desapareceu no Peru no final de dezembro, disse que seus pais só vão deixar o local quando encontrarem o jovem. Nesta segunda-feira (21), completa um mês que o mochileiro entrou em contato com a família pela última vez.

Artur Paschoali, de 19 anos, desapareceu após sair da casa onde estava hospedado, no distrito de Santa Teresa, próximo a Machu Picchu, na região de Cusco, para fotografar. Os pais do rapaz estão no local desde o último dia 2.

“Desde quinta-feira não temos novidades mas meus pais só vão sair quando acharem o meu irmão. Eles estão lá ajudando nas buscas. E com esperança”, afirmou Felipe.

Na última quinta-feira (17), a família teve notícias sobre objetos que podem ter pertencido ao rapaz. São pedaços de roupas queimadas achados perto de uma fogueira apagada, na região de Machu Picchu.

Segundo Felipe Paschoali, irmão da vítima, entre os objetos estão uma meia, um zíper e um botão de jaqueta. A Embaixada do Brasil em Lima contratou um advogado peruano para auxiliar a família.

Felipe também disse que foram encontradas pedrinhas e uma lata de sardinha que podem ter sido usadas pelo jovem. “O mais importante são dois montinhos de pedrinhas entulhadas, tipo uma escultura, que ele costumava fazer. É um sinal muito forte dele”, contou. Segundo Paschoali, a lata de sardinha pode ter sido comprada para alimentar dois cachorros que, de acordo com relatos, estariam acompanhando o mochileiro. Artur é vegetariano.

Relatos de pessoas que disseram ter visto Artur apontam lugares diferentes por onde o jovem de 19 anos pode ter passado, segundo o pai dele, Wanderlan Vieira. Ele afirmou que uma mulher e um homem com quem conversou prestaram depoimento à polícia dizendo terem visto o jovem.

Uma moradora do povoado de Sahuayaco afirmou ter preparado um prato vegetariano para um jovem com características físicas semelhantes às de Artur. Segundo a mulher, ele informou que faria o percurso do Caminho Inca.

“Mas depois outra pessoa falou algo diferente. Um senhor disse que teria visto o Artur passando por um local chamado Llaqtapa”, afirmou Vieira.

Recompensa
No último dia 8, a família de Artur informou que está oferecendo recompensa em dinheiro às pessoas que tenham informação sobre a localização do rapaz. De acordo com a mãe de Artur, Susana Paschoali, o pagamento foi sugestão da polícia peruana."Os próprios policiais, quando chegam às casas para conversar com os moradores já avisam que haverá recompensa. [...] As pessoas aqui são simples, têm dificuldade para falar e não querem se expor", afirmou Susana.

O valor da recompensa não foi definido. Os pais de Artur chegaram a Santa Teresa, próximo a Machu Picchu, na região de Cusco, em 2 de janeiro para acompanhar as buscas da polícia local. O mochileiro foi visto pela última vez na região, antes de sair do local onde estava hospedado para fotografar, em 21 de dezembro.

Buscas
Em 5 de janeiro, o Itamaraty informou que 45 policiais e bombeiros estavam trabalhando nas buscas. No dia anterior, o órgão disse que uma equipe especializada atuaria com o auxílio de cães farejadores. Segundo o Ministério, a família de Artur conta com assistência consular.

O encarregado de negócios da Embaixada do Brasil em Lima, Pedro Dalcero, autoridade máxima brasileira no país andino atualmente, chegou a se reunir com o ministro peruano do Interior, Wilfredo Pedraza, para definir as ações de busca.