O número de casos de violência contra as mulheres está subindo ou as mulheres tomaram coragem e têm notificado mais. A cada dia os estados e municípios aumentam a rede de proteção, as delegacias da mulher já têm um telefone próprio, as mulheres estão mais esclarecidas. Em estados do Sul e Sudeste, a notificação é superior ao Nordeste por questão de esclarecimento. As pessoas estão buscando mais.

Assusta o número de homicídios contra as mulheres, mas o aumento da notificação é um bom sinal, de que elas estão procurando mais a polícia e as redes de proteção. Esse é o caminho. São 10 Elizas Samúdio por dia no Brasil, assassinadas por namorados, ex-maridos, companheiros. Isso coloca o Brasil em sétimo lugar no ranking mundial, em números relativos à morte da mulher.

A rede de proteção começa na família, nos vizinhos, na saúde pública. Os médicos devem notificar, para fins de pesquisa epidemológica. O primeiro sinal é a agressão verbal, o xingamento. Depois a agressão física, como lesões no antebraço. Nesse momento a mulher pode buscar a Polícia Civil, a DEAM ou uma rede de proteção.

A solução mais prática é fazer a denúncia no telefone 180, criado em 2006, que já tem 800 mil ligações por ano no Brasil. É gratuito e pode-se ligar de qualquer telefone, até orelhão. O atendente te indica uma delegacia de mulheres e uma rede de proteção no município. Muitas vezes ela tem que ser retirada de casa e receber uma qualificação profissional, porque depende do marido economicamente.

Um elemento que piora é a vergonha. A mulher acaba caindo em uma armadilha. A mulher que morre assassinada pelo companheiro normalmente procurou a autoridade policial três vezes antes de morrer, mas foi mal orientada. Ela tem que buscar a proteção oficial que o Estado oferece. Começando pelo telefone, que é uma ótima alternativa. Não é só a lesão física. É o xingamento, que é onde tudo começa.