Após o incêndio na boate Kiss, 118 vítimas estão internadas em hospitais de Santa Maria e de Porto Alegre.

Para auxiliar na recuperação dessas pessoas, bancos de pele de São Paulo, de Pernambuco e até da Argentina, Uruguai e Ucrânia disponibilizaram seus estoques. "Eles estão sendo bem cuidados, é uma cidade encantadora, e que está sofrendo essa perda terrível. Essa questão de pele que mandam do mundo inteiro é uma grande solidariedade", declara o cirurgião plástico Ivo Pitanguy.

Segundo Pitanguy, a pele de cadáveres tem uma maior dificuldade de ser aceita no corpo de outra pessoa. "A pele é um grande organismo que nos reveste, e ela não pode ser transportada de uma pessoa para outra a não ser em caráter temporário. Todo esse banco de pele até agora tem uma função muito importante, que é salvar vidas. Mas a pele que foi enxertada não vai ficar, vai aos poucos sendo eliminada. Mesmo com todos os elementos que temos para impedir essa eliminação, a pele não é aceita com facilidade. As peles de doadores são muito boas, mas a pele de cadáver tem um tempo de armazenagem relativamente curto", explica Pitanguy.