Um pedreiro de 31 anos foi espancado e esfaqueado na noite de sexta-feira (1) em Goiânia, por estar usando a camisa de uma torcida organizada da equipe do Vila Nova-GO, que havia ganhado de uma amiga. Quando ia buscar a esposa em um terminal rodoviário da capital, ele foi surpreendido por cerca de dez homens que começaram a bater nele alegando que o homem havia "invadido o território deles".

O homem foi levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo) pelo cunhado. Ele foi operado e seu estado de saúde é estável. Por telefone, a mulher do pedreiro, que não quis se identificar, contou ao G1 que o marido nem gosta de futebol e que não torce para o Vila Nova-GO.

A mulher tem problemas nos rins e estava em uma clínica do Centro da cidade fazendo uma sessão de hemodiálise. Segundo ela, o marido a esperava em um terminal rodoviário quando pelo menos dez indivíduos começaram a espancá-lo por ele estar vestindo a camisa da "Esquadrão Vilanovense", torcida organizada da equipe do Vila Nova-GO, que neste sábado (2), enfrenta o rival Goiás, pelo Campeonato Goiano.

A mulher disse que o esposo conseguiu correr até a casa onde moram, que fica no Jardim Atlântico, a cerca de um quilômetro do terminal. Ele foi perseguido pelos homens em dois carros e duas motos. Chegando na residência, não teve tempo nem de destrancar a porta e acabou pulando o muro.

Alguns dos agressores também pularam o muro e ficaram no quintal da casa ordenando que ele saísse de dentro da residência. O cunhado da vítima, que mora com ele e estava em casa no momento em que tudo aconteceu, tentou convencê-los a não baterem no homem, mas todos estavam irredutíveis, dizendo que se ele não saísse, iriam invadir a casa.

Com medo, o pedreiro saiu correndo pela rua, mas acabou sendo alcançado pelos torcedores. Novamente espancado, também foi golpeado por uma faca na região do abdômem.

Medo
A mulher tem duas filhas de outro relacionamento - uma de 13 e outra de 12 - que moram com o casal, mas estão passando o fim de semana na casa de parentes em Bela Vista de Goiás, a 45 km da capital. Ela explicou que o marido é um homem que não bebe e nunca havia se envolvido em brigas.

Receosa de que os homens voltem para agredir seu esposo, ela já decidiu que irá mudar do setor. "Estou com muito medo. Não tem nem duas semanas que moramos aqui e aconteceu isso. Não vamos ficar aqui", disse.