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Sexta-feira, 26 de julho de 2024

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Sócio da boate Kiss receberá alta de hospital nesta terça, diz médico

Internado sob custódia policial em um hospital de Cruz Alta desde o dia 27 de janeiro, Elissandro Spohr, um dos proprietários da boate Kiss, terá alta hospitalar na tarde de terça-feira (5).


A informação foi confirmada pelo médico Paulo Viecili, que cuida do paciente. O empresário está com a prisão temporária decretada pela Justiça. A tragédia em Santa Maria matou 237 pessoas.

Assim que receber alta, Kiko terá de se apresentar à delegacia de Cruz Alta. Segundo a delegada Lylian Carús, um esquema de segurança será montado para a transferência dele até Santa Maria.

"Ele está à disposição da Polícia Civil de Santa Maria e será encaminhado para lá assim que deixar o hospital", afirmou ao G1 a delegada.

Durante toda esta segunda-feira (4), o movimento no hospital foi intenso de jornalistas e dos policiais que monitoram o quarto. Em vários momentos, Elissandro chegou a ir até a janela para observar a movimentação.

Segundo o médico que trata do sócio da Kiss, seu quadro evoluiu positivamente. "Ele vem conversando diariamente com um psicólogo e passando por avaliações psiquiátricas. Está mais estável psiquiatricamente falando. Ele terá alta na terça-feira, a partir das 16h", disse o médico Paulo Viecili ao G1.

Segundo o Viecili, o empresário vem tomando quatro remédios diariamente para a depressão. "Quando ele se deu conta de que havia perdido amigos de infância na tragédia, o quadro dele inspirou cuidados. Ficou muito deprimido. Ele conhecia muita gente que morreu. O pior período foi este, mas, graças ao aumento da carga medicamentosa, está melhor agora", disse o médico.

Em depoimento ao Fantástico na noite de domingo (3), Spohr falou sobre as falhas nos mecanismos de prevenção de incêndio que contribuíram para a tragédia (veja o vídeo).

“A pergunta que eu mais tenho medo é ‘o que dizer aos pais?’ Eu não sei o que dizer aos pais”, afirmou Kiko, em depoimento gravado com um telefone celular pelo advogado Jader Marques, a partir de perguntas encaminhadas pela RBS TV. Abalado e com prisão temporária prorrogada por mais 30 dias, Kiko não come direito e recebe acompanhamento de um psicólogo e um psiquiatra. “Não vou poder voltar a morar em Santa Maria. Não sei se vou ser preso, não tenho mais banda. Não sei se eu ainda tenho amigo”, desabafou.

Entenda

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 237 mortos na madrugada do último domingo (27). O fogo teve início durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que fez uso de artefatos pirotécnicos no palco. De acordo com relatos de sobreviventes e testemunhas, e das informações divulgadas até o momento por investigadores:

- O vocalista segurou um artefato pirotécnico aceso.
- Era comum a utilização de fogos pelo grupo.
- A banda comprou um sinalizador proibido.
- O extintor de incêndio não funcionou.
- Havia mais público do que a capacidade.
- A boate tinha apenas um acesso para a rua.
- O alvará fornecido pelos Bombeiros estava vencido.
- Mais de 180 corpos foram retirados dos banheiros.
- 90% das vítimas fatais tiveram asfixia mecânica.
- Equipamentos de gravação estavam no conserto.

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