A Justiça aceitou na última segunda-feira a denúncia contra duas mulheres suspeitas de matar o surfista Cristiano Gomes da Silva, o Pinguim, em Santos, no litoral paulista. O homem caiu do 11º andar do prédio em que moravam Gilda Barbosa da Silva e Clarice Mariana de Oliveira, empresárias para quem Pinguim prestava serviços de entrega de marmitas.

O crime ocorreu em março de 2012. De acordo com o promotor Octávio Borba de Vasconcellos, responsável pela denúncia, Pinguim era encarregado de levar marmitas produzidas pela dupla e buscar os pratos vazios em pontos de entrega. A mulher da vítima relatava que o surfista vinha se queixando de problemas no trabalho. "Ele estava desgostoso com o serviço, porque algumas vezes alguma delas pedia que ele fizesse coisas que não eram sua atribuição, como pagar contas de luz, por exemplo. Às vezes o pagamento também não era feito na época combinada, segundo o relato da mulher, e ele queria parar com isso aí", afirmou o promotor.

A denúncia cita o depoimento de moradores que ouviram uma discussão entre as duas mulheres e o surfista e, em seguida, o estrondo provocado pela queda de Pinguim no vão interno do prédio. "Uma testemunha disse que, logo que ouviu o barulho, foi até o corredor (que circunda o vão do prédio) e viu que as duas (Gilda e Clarice) estavam debruçadas no parapeito, olhando lá para baixo", disse Vasconcellos.

Ouvidas pela polícia, Gilda e Clarice negaram o crime e apresentaram versões inconsistentes, segundo o promotor. "A prova fundamental foi o laudo da perícia. Os peritos concluíram que ele foi projetado de costas, afastando a hipótese de suicídio ou de acidente. Ele foi precipitado de um lado do vão e foi bater em um depósito do outro lado", cita Vasconcellos.

Segundo o promotor, apesar de esportista, Pinguim tinha porte franzino e teria sido facilmente jogado pela dupla. "O parapeito tinha 96 centímetros, muito baixo. E ele era franzino, apesar de ser esportista, as moças eram mais fortes", afirma.