A menina Julia Gabriele, que tem 8 anos e pesa apenas 10 kg, está recebendo doações do Brasil e de outros países. A garota teve paralisia cerebral e precisa tomar um leite especial, que custa R$ 40 a lata, como mostrou uma reportagem do G1 e da TV Anhanguera na semana passada. Sensibilizados com a situação da criança, internautas fizeram uma campanha por meio de redes sociais. Além de brasileiros de vários estados, pessoas dos Estados Unidos, Canadá e da África também se ofereceram para ajudar a família, que mora em Anápolis, a 55 km Goiânia.

O leite que a menina toma era distribuído gratuitamente pela Secretaria Municipal de Saúde de Anápolis, mas o órgão interrompeu o fornecimento há cerca de dois meses. Durante esse período, os pais da menina, que só recebem R$ 700 de salário e ainda tem mais dois filhos para criar, estavam conseguindo arcar com apenas metade das 12 latas mensais do suplemento que a garota precisa para se alimentar.

"Eu e meu esposo ficávamos pensado 'O que vamos fazer com a Júlia desse jeito?' Estou com dó da mãe e do pai dela que não tem condições de comprar esse leite. Eu também não posso", disse a avó da criança, Rute Gabriel Alves.

Hoje, a mãe de Julia, Andreia Gabriel Alves, fica boa parte do tempo ao celular, agradecendo as doações. No entanto, ela garante que ainda tem problemas para custear os outros cuidados especiais que a menina necessita, como remédios de alto custo, fraldas descartáveis e uma sonda para alimentação.

"A sonda dela é muito cara. A última vez que comprei estava R$ 1 mil. Mas pela informação que tive, a sonda já está custando R$ 1,5 mil. Cada vez que o salário sobe, a sonda também sobe", lamenta Andreia.

Apesar de toda a dificuldade, Andreia diz que sua filha é apaixonante e acredita que a ela veio ao mundo para mudar a sua vida. "Minha filha encanta as pessoas. Quando as pessoas a veem, eles se apaixonam. Ela é um anjinho que veio do céu para iluminar a minha vida e me ensinar muita coisa, porque depois que ela nasceu eu me tornei uma outra mulher", afirma.

Em nota, a prefeitura de Anápolis informou que o fornecimento de leites especiais já foi normalizado e que a secretaria de Desenvolvimento Social fará o acompanhamento da criança e da família em tempo integral. Além disso, a assessoria de imprensa da prefeitura garantiu que para os próximos meses de tratamento a assistência à criança está garantida.