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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Polícia pede imagens de carro que atropelou ciclista na Paulista

A Polícia Civil pediu à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) e a condomínios da região da Avenida Paulista as imagens gravadas por câmeras de segurança que podem ter registrado o atropelamento de um ciclista por volta das 5h30 deste domingo (10). No acidente, o carro arrancou o braço de David Santos de Souza, de 21 anos, que foi lançado pelo motorista em um córrego da Avenida Dr. Ricardo Jafet, na Zona Sul de São Paulo.


Segundo o delegado Carlos Eduardo Silveira Martins, titular do 5º Distrito Policial, na Aclimação, que assumiu o caso, os investigadores irão percorrer nesta segunda-feira (11) diversos prédios das avenida Paulista e Brigadeiro Luís Antônio em busca de imagens. A polícia investiga também se o motorista Alex Siwek, de 22 anos, que fugiu do local sem prestar socorro e se entregou á polícia horas depois, recebeu alguma multa por excesso de velocidade no dia do acidente.

O auto de flagrante já foi remetido à Justiça. Segundo a defesa, Siwek, que está preso no 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, falará apenas em juízo. Nesta segunda-feira, os advogados dele pedirão a mudança da prisão para uma medida cautelar de segurança.

Siwek, que é estudante de psicologia, foi indiciado por tentativa de homicídio e mais três crimes do Código Brasileiro de Trânsito - embriaguez ao volante, fuga de local de acidente e inovar artificiosamente no caso de acidente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o jovem será transferido ainda nesta segunda-feira para um Centro de Detenção Provisória (CDP).

Treze testemunhas já foram ouvidas, segundo a delegada Priscila de Oliveira Rodrigues. Na noite deste domingo, um corretor de imóveis que afirma ter sido a primeira pessoa a chegar ao local da colisão prestou depoimento. O corretor saiu do Metrô Brigadeiro e testemunhou o acidente. Ele contou à polícia ter visto Siwek em zigue-zague na Avenida Paulista até atropelar o ciclista. O corretor disse que ajudou a socorrer David e que um bombeiro que estava próximo prestou os primeiros socorros e estancou o sangue até a ambulância chegar. Este bombeiro ainda não foi localizado pela polícia, informou a delegada.

O amigo de Siwek que estava com ele no carro na hora do acidente, Diego de Luna Daio, disse à polícia que cada um deles bebeu "três ou quatro latinhas de cerveja na festa ".

Segundo o advogado do motorista, Paulo Naves Testoni, a defesa entrará nesta segunda com um pedido de liberdade para Siwek, mediante fiança ou não. A intenção dos advogados é transformar a prisão em flagrante em uma medida cautelar.

"O estudante é réu primário, tem residência fixa, trabalha, estuda. Vamos apresentar ao juiz a documentação da faculdade de psicologia, mostrando que ele estava matriculado, frequentava, é uma pessoa correta, para que a Justiça decida se cabe uma fiança ou a prisão com base numa medida cautelar, que pode ser tanto a proibição que ele saía à noite, que ele viaje, ou dirija durante o processo", afirmou Testoni.

A polícia busca ainda a comanda com os gastos dos jovens na festa para verificar o que Siwek havia bebido. O jovem se negou a fazer bafômetro e um exame clínico atestou que ele estava com sinais de embriaguez, segundo a delegada Priscila.

Quadro estável
Segundo o Hospital das Clínicas de São Paulo, o quadro de saúde do ciclista David Santos de Souza, era considerado estável nesta manhã. A vítima continuava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) por volta das 9h depois de passar por uma cirurgia para saturar o local em que o braço foi amputado. De acordo com o hospital, o jovem estava consciente e respirava sem a ajuda de aparelhos. Ainda não há previsão de quando o ciclista irá para o quarto ou receberá alta hospitalar.

A empregada doméstica Antônia Ferreira dos Santos, de 51 anos, mãe do ciclista, disse que ouviu do filho a afirmação de que ele estava na ciclofaixa quando foi atingido pelo automóvel. No horário em que ocorreu o acidente, a ciclofaixa de lazer ainda estava desativada. A mãe contou que o rapaz, que trabalha como limpador de vidros, saiu de Diadema, na Grande São Paulo, e se dirigia ao trabalho, em um prédio próximo ao Hospital das Clínicas.

O acidente
Na descrição da polícia, o motorista Alex Siwek, de 22 anos, estava dentro de um Honda Fit ao lado de um amigo quando o acidente ocorreu, por volta das 5h30. O ciclista foi atropelado por trás e lançado sobre a frente do veículo. O braço direito do ciclista foi amputado por estilhaços de vidro do pára-brisa e permaneceu preso ao veículo.

O motorista fugiu do local, deixou o amigo em casa e depois foi à Avenida Doutor Ricardo Jafet, de onde lançou o braço amputado da vítima em um córrego. Depois, voltou à própria casa, guardou o carro na garagem e dirigiu-se a pé à unidade policial para se entregar.

Segundo o delegado, testemunhas disseram que o motorista dirigia em velocidade incompatível com o local, em zigue-zague, entrando e saindo da faixa reservada ao tráfego de bicicletas.

Defesa
O advogado de Siwek, Cássio Paoletti, disse que seu cliente não prestou socorro à vítima porque temeu a reação de pessoas que estavam próximas ao local do acidente.

"Segundo ele, ele temia pela conduta dos que estavam ali presentes", disse o advogado, sobre o fato de o motorista não ter prestado socorro à vítima. Questionado sobre o motivo de o jovem ter se desfeito do braço da vítima, ele disse estar chocado e que não entende o motivo.
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