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Quinta-feira, 25 de julho de 2024

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Médica do Evangélico e mais sete pessoas são denunciadas pelo MP

A médica Virgínia Soares de Souza, presa desde o dia 19 de fevereiro, em Curitiba, foi denunciada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), pelos crimes de homicídio qualificado e formação de quadrilha. Outras sete pessoas suspeitas de envolvimento no caso também foram denunciadas pelo órgão.


O anúncio foi feito pelos promotores Paulo Marcowicz de Lima, Fernanda Nagal Garcez, Ana Paula Cesconetto Branco e pelo procurador Marco Antônio Teixeira na tarde desta segunda-feira (11).

De acordo com o MP, Virgínia foi denunciada por co-autoria em sete homicídios, o médico Anderson de Freitas, em dois homicídios duplamente qualificados e formação de quadrilha, os médicos Edison Anselmo da Silva Junior e Maria Israela Cortez Boccato, cada qual por um homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha, as enfermeiras Laís da Rosa Groff e Patrícia Cristina de Goveia Ribeiro, por um homicídio duplamente qualificado e formação de quadrilha, e a fisioterapeuta Carmencita Emília Minozzo e o enfermeiro Claudinei Machado Nunes por formação de quadrilha.
Fernanda Magal Garcez (Foto: Reprodução/OTV)Denúncia foi anunciada pelo MP-PR nesta segunda-feira
(Foto: Reprodução/OTV)

Já a médica Krissia Kamile Singer, que prestou depoimento e foi indiciada pela polícia, não foi denunciada pelo MP. O advogado dela, Jorge Timi, afirmou que a exclusão do nome da cliente do processo "tirou um peso das costas dela".

Ainda segundo a denúncia do MP, o homicídio 'duplamente qualificado' refere-se a motivo torpe, uma vez que os profissionais se reconheceriam “como possuidores do poder de decretar o momento da morte da vítima, contra a vontade do paciente e de seus familiares e em total desconformidade com a lei”. E também à escolha da vítima ser feita para gerar nova vaga no centro médico, para “girar a UTI”, “desentulhar a UTI”, conforme dizia Virgínia Helena Soares de Souza.

"Houve um esforço gigantesco de produção de elementos factíveis, razoáveis e convincentes que pudessem embasar a denúncia que foi formulada", afirmou o procurador Marco Antônio Teixeira.

Ele reiterou também que a conclusão que chega ao MP é fruto de investigações policiais que duraram muitos meses e de indícios sérios de autoria das pessoas suspeitas. "É uma página certemente dolorosa para as pessoas que de alguma forma sofreram os efeitos dessas ações delituosas, também é uma página dolorosa para as instituições e para a sociedade em geral. Vamos enfrentar isso da melhor maneira possível", ralata.
Elias Mattar Assad (Foto: Reprodução/OTV)Elias Mattar Assad, advogado de Virgínia, diz que a
denúncia foi baseada em premissas falsas
(Foto: Reprodução/OTV)

O advogado de defesa de Virgínia, Elias Mattar Assad, disse que a denúncia foi baseada em premissas falsas. "Nós temos uma carta de próprio punho escrita pela denuciante anônima, que nós vamos tornar pública nos próximos dias, quando ela dá a entender que tinha ódio do hospital e ódio da Virginia e isso deflagrou um mecanismo de investigação que se deixou levar por evidencias derivadas de falsas premissas".

Virgínia é funcionária do hospital desde 1988 e chefiava a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) geral desde 2006. O setor ficou fechado em virtude das denúncias e médicos e funcionários foram afastados. Na sexta-feira (8), 13 dias depois, o espaço reabriu com 15 médicos, 41 profissionais de enfermagem e quatro profissionais de apoio. Todos eles atuam sob coordenação do médico Hipólito Carraro Júnior.

Ainda durante a coletiva, a promotora Fernanda destacou que a denúncia não significa que todas as pessoas que morreram na UTI do Evangélico desde 2006 tenham sido vítimas de crimes de homicídio. Infelizmente, por ser natural, pessoas internadas na UTI, naturalmente, em decorrências das duas doenças, tenham a grande possibilidade de virem a morrer".

Ela disse ainda que a denúncia foi baseada nos autos de interceptação tefefônica e nos prontuários médicos suspeitos, que, segundo a polícia, totalizaram 26.

Medicamentos
Segundo o MP, em todos os casos investigados foi constatado que os medicamentos Pavulon (pancurônio) ou Tracrium (dibesilato de atracurium) foram ministrados, mesmo quando não havia justificativa terapêutica registrada no prontuário médico, causando paralisia neuromuscular nas vítimas, após o que era reduzida a ventilação mecânica, levando os pacientes à morte por asfixia.
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