Um dia após enterrar o marido, Isabela Sousa, mulher do PM assassinado com 12 tiros de fuzil na última quarta-feira (19), dá à luz a filha nesta sexta-feira (17). Alan de Souza Martins, de 38 anos, trabalhava na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) do morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, zona norte do Rio.

Ele foi morto na avenida Portugal, no bairro da Prata, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na última quarta-feira (17), quando estava na porta de sua residência.

Muito emocionada, para se despedir do marido pela última vez, a mulher da vítima chegou ao cemitério amparada pela família. Para Isabela, a filha é um presente que o marido deixou.

— Ele sempre foi e sempre vai ser um guerreiro. Ele deixou esse presente [filha] para mim. É um pedacinho dele na minha vida.

De acordo com parentes e familiares da vítima, o sargento já tinha sofrido uma outra tentativa de assassinato no início do ano, dentro de uma farmácia na Baixada Fluminense. Na ocasião, ele conseguiu sair ileso. Para um amigo de Sousa, o motivo do crime foi motivado por causa do combate ao tráfico em favelas pacificadas.

— Colocaram UPP no Jacaré e em Manguinhos. Esses meliantes vieram se esconder no Castelar, querendo dominar a área onde Alan morava.

Na quinta-feira (18), um dia após o crime, a Polícia Civil divulgou o retrato falado de três suspeitos do assassinato de Alan de Souza. Segundo o órgão, Josimar Luiz da Silva Kely, conhecido como “Ratão”, Wagner Costa Teixeira, o “Guiu” e Luan Nilson Lúcio dos Santos, o “Buiú” foram os executores do agente. Eles tiveram o mandado de prisão expedido na tarde de quinta-feira (18) e estão sendo procurados pela polícia.

Segundo o delegado Felipe Curi, titular da Delegacia de Belford Roxo (54ª DP), os criminosos já têm passagem pela polícia por associação para o tráfico de drogas.