A metalurgia é o setor com maior número de casos de acidentes de trabalho registrados em Piracicaba (SP) entre janeiro e março deste ano. Segundo o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), foram 704 ocorrências com metalúrgicos no primeiro trimestre. Completam o "pódio" em número de casos o comércio, com 335 casos, e a construção civil, com 327.

Nesta sexta-feira (26), Dia Internacional em Memória dos Trabalhadores Vítimas de Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais, sindicalistas e trabalhadores da cidade realizaram uma passeata pelo Centro pedindo mais segurança profissional.

O número total de acidentes de trabalho deste ano é similar ao mesmo período de 2012. Até março, o Cerest informou que houve 2.799 casos registrados. Nos mesmos meses do ano passado foram 2.811.

Na opinião do presidente do Conselho das Entidades Sindicais de Piracicaba (Conespi), Fânio Luís Gomes, o avanço das medidas de segurança nas indústrias ficou para trás em relação ao desenvolvimento tecnológico.

"Os acidentes continuam ocorrendo por inúmeros motivos. Desde metas abusivas, pressão sobre o trabalhador, falta de equipamentos coletivos e individuais, etc.", disse.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Piracicaba, Milton Costa, também alertou para o crescimento do mercado imobiliário. "Com esse aumento de benefícios para a construção da casa própria, muitas empresas terceirizam e até quarteirizam a contratação de mão de obra. Isso prejudica ainda mais os cuidados com a segurança do trabalho", relatou.

Sem retorno
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicabae Região, José Luiz Ribeiro, foi procurado pela reportagem do G1, mas segundo sua assessoria de imprensa ele estava em viagem. Até a publicação desta matéria, o sindicalista não entrou em contato para comentar o assunto.