Os brasilienses Gláucia Franco,48, e Carlos Del Duca,44, vão passar mais um Dia dos Namorados juntos na noite desta quarta-feira (12). Após quase 28 anos de namoro e morando em cidades diferentes, eles deram um jeito de se encontrar para mais uma celebração.

Apesar do longo tempo de namoro e de um filho de 19 anos, a pedagoga Gláucia e o empresário Carlos não pensam em se casar, até porque já vivem em "união estável". Em agosto, os dois completam 28 anos de relacionamento.

Desde 2007, após dificuldades financeiras e questões familiares, ela mora em Brasília com o filho e ele vive em Juiz de Fora, Minas Gerais, com a mãe. Para matar a saudade, ele vem à capital federal pelo menos uma vez a cada 15 dias.

Gláucia explicou que nos demais dias do mês mantém contato quase que 24 horas por dia com "Carlinhos", como é conhecido por amigos e familiares, via celular, mensagem de texto, email e skype.

— Ele me liga, eu ligo para ele. Nos falamos via skype e trocamos mensagens de texto, mas sempre estamos em contato. Somos um casal moderno e é muito amor!

Para ela, o segredo do sucesso do relacionamento, que também passou por momentos difíceis, é a conversa sincera, a compreensão e principalmente o amor sempre presente na relação.

— Quando existe amor, tudo é superável. Todos os problemas, brigas, diferenças, distâncias e confusões são resolvidas. E esse é o nosso caso. Nossa história teve situações ruins e muitas confusões, mas trilha grandes momentos de amor e companheirismo. Ele é o homem da minha vida e a gente cuida um do outro.

O casal se conheceu em 1984. Na época, Gláucia tinha um filho recém-nascido com outro homem, mas estava solteira e ainda morava com os pais na Octogonal, região administrativa do DF. A maioria dos outros irmãos dela, oito ao todo, tinha casado ou saído de casa.

Carlinhos era vizinho de Gláucia e as famílias se conheciam. Apesar disso, até então, os dois nunca tinham notado a presença do outro.

Foi então que em uma tarde, enquanto passeava com o filho e com o cachorro de estimação embaixo do prédio com uma amiga, viu Carlinhos passando com o cão dele na calçada e se apaixonou.

— Falei com a minha amiga: nossa, que rapaz lindo! E ela me disse: pois é, o Carlinhos é muito gente boa e o pai dele faleceu há poucos dias. Está em uma fase difícil e mora no apartamento ao lado do seu.

Gláucia disse que ao saber da notícia levou um susto, porque gostava muito do pai de Carlinhos, mas aproveitou a situação para conhecê-lo e começar uma amizade, que aos poucos ficou mais forte e virou namoro.

— Começamos a nos encontrar embaixo do prédio, ele brincava e gostava muito do meu filho. A aproximação foi inevitável. Um dia ele me pediu para dar um tapa no rosto dele. Sem entender, eu dei, mas antes da minha mão encostar nele, ele puxou meu braço e me deu um beijo na boca.

Ela, que na época tinha apenas 20 anos, disse ter sentido algo que nunca tinha sentido antes. Esse foi o início oficial do relacionamento dos dois, mas ela ainda demorou um certo tempo para conseguir assumir o romance.

— Eu tinha medo de não dar certo, porque ele é quatro anos mais novo do que eu. Aos poucos, me convenceu de que eu deveria morar com ele e cedi. Veio nosso filho, que hoje tem 19 anos, e vivemos todos juntos por algum tempo. Hoje, somos um casal e uma família, mas moramos cada um no seu canto. Parte por opção minha, parte por necessidade mesmo, mas isso não afeta em nada o que sentimos um pelo o outro.

Os dois nunca oficializaram a união no civil nem na igreja, mas se consideram casados pelo amor. Durante essa trajetória de quase três décadas, conseguiram superar todos os problemas e nunca se separaram. Para Gláucia, casar a "essa altura do campeonato" não faz diferença.

— Temos união estável e um filho. Nos amamos muito, construímos uma linda história e casar hoje seria apenas uma formalidade. O que vale mesmo é a prática.