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Quarta-feira, 24 de julho de 2024

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PR: protesto reúne número menor que o esperado em Curitiba

Cerca de 1,5 mil pessoas participaram de mais um protesto em Curitiba (PR), no final da manhã deste sábado. As motivações para manifestar eram diversas, como mais recursos para a educação e a reforma política. Pela primeira vez, um protesto reuniu mais representantes de entidades sociais e partidos políticos, que se misturaram com outros cidadãos, inclusive muitos idosos.


Não houve incidentes durante a manifestação, que ocupou o calçadão da Rua XV de Novembro, no centro da cidade, e a escadaria do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), na Praça Santos Andrade. Outro destaque foi o acompanhamento por uma banda, que foi à frente do grupo de manifestantes, criando um clima diferente para o protesto.

Havia a expectativa de um número maior de pessoas no protesto, o que acabou não se concretizando. As manifestações em Curitiba têm sido menores desde o confronto entre vândalos e policiais militares na Avenida Cândido de Abreu, no Centro Cívico, na sexta-feira da semana passada.

A professora Marlei Fernandes, presidente da APP Sindicato, que representa os professores da rede de estadual de ensino, conta que a categoria resolveu acompanhar a onda de manifestações porque possui muitas reivindicações comuns com o que foi apresentado na rua. "São bandeiras históricas, como reforma política, mais dinheiro para educação, saúde de qualidade. Estamos há mais de 30 anos nas ruas com estas bandeiras", afirmou.

Também participaram da manifestações pessoas que tinham reivindicações especificas. Era o caso da educadora Walli Wanessa de Paula. "Queremos igualdade aos professores da rede municipal de ensino e que o prefeito faça mais concursos públicos porque o quadro está muito defasado", comentou.

O aposentado Mariano Jatczak, 71 anos, estava no meio da multidão, mas tinha um protesto único. Com a ajuda de outros manifestantes, ele produziu um cartaz com a frase "Aposentado é roubado pela quadrilha da caneta". Ele contou que contribuiu sobre o equivalente a sete salários mínimos, começou a receber uma aposentadoria com metade deste valor e que hoje a aposentadoria não chega a um salário mínimo e meio.

"Fui na Justiça e juiz me falou que tinha que mudar a legislação. Sabia que ia ter o protesto e resolvi vir. Está sendo ótimo o que está acontecendo. Só não foi legal os baderneiros", opina. Mais manifestações estão programadas para a próxima semana em Curitiba.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
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