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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Alunos acusam PM de truculência em reintegração da reitoria da Unesp

Estudantes retirados do prédio da reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Centro de São Paulo, durante a reintegração de posse realizada na madrugada desta quarta-feira (17) acusam a Tropa de Choque da Polícia Militar de truculência.

Estudantes retirados do prédio da reitoria da Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Centro de São Paulo, durante a reintegração de posse realizada na madrugada desta quarta-feira (17) acusam a Tropa de Choque da Polícia Militar de truculência. Segundo universitários ouvidos pelo G1 em frente ao 2º Distrito Policial, no Bom Retiro, para onde foram levados 119 manifestantes que estavam no prédio ocupado desde a tarde desta terça (16), os policiais os ameaçaram e pelo menos um estudante ficou ferido. Procurada, a PM não havia se pronunciado até as 9h40.


Segundo Micael Almeida, de 20 anos, estudante do curso de enfermagem da Unesp de Botucatu, a reitoria se negou a negociar com os estudantes e chamou a PM. Ele diz ter presenciado a agressão de um universitário. "A polícia chegou, cerca de 5h, entrou de forma truculenta. Eles quebraram uma porta de vidro de onde nós estávamos e a porta estava aberta. Eles nos ameaçaram: ou nós saíamos ou eles iam usar de força bruta para nos tirar dali. Um aluno foi agredido pela Tropa de Choque", acusa.

Segundo a PM, os manifestantes que estavam no prédio da reitoria foram levados para o 2º DP em três ônibus e em duas vans por depredação. Fotos feitas dentro do prédio após a reintegração mostram móveis destruídos. Os estudantes detidos negam que tenha danificado o prédio e acusam a PM de provocar a destruição. Até as 9h30 não havia informação da Polícia Civil se será aberto inquérito.

O estudante de filosofia Felipe Luiz, de 26 anos, do campus da Unesp em Marília, estava do lado de fora da reitoria com um amigo e uma garrafa de conhaque quando a PM chegou. “Os policiais chegaram correndo, gritando conosco, pegaram a garrafa e falaram que era gasolina. Cheiraram, viram que não era e jogaram a garrafa no chão. Nos trataram de forma grosseira. E quando estávamos no meio da rua, jogaram a garrafa na gente, falando que era coquetel molotov”, diz.

Com o grande número de pessoas levadas para o distrito policial do Bom Retiro, parte dos manifestantes ficou do lado de fora, na rua. Policiais militares fizeram um cordão de isolamento. À medida que eles eram identificados pela Polícia Civil, os estudantes foram liberados.

A ocupação no prédio da reitoria da Unesp começou na tarde desta terça-feira. Entre as reivindicações dos estudantes que ocuparam a reitoria estão criar uma Coordenadoria de Permanência Estudantil (CPE), aumentar a participação de estudantes na composição da Comissão Permanente de Permanência Estudantil (CPPE), ceder uma sala para a instalação do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e efetuar ações emergenciais de auxílio estudantil nos campi de Ourinhos e São Vicente.

Em nota, a Unesp informou que o pedido de reintegração de posse foi tomado para preservar o patrimônio público após diálogo "infrutífero" com os estudantes.


Ocupação anterior
Os estudantes da Unesp já haviam ocupado a reitoria no mês passado, no dia 27 de junho. Eles desocuparam o local depois de entrarem em um acordo com a instituição para a ampliação das políticas de auxílio e permanência estudantil, como o aumento do número de bolsas-aluguel e bolsas para alunos de baixa renda, e o pagamento retroativo de bolsas de pesquisa. Ainda no mês passado, diversos campi da Unesp tiveram protestos, ocupações e greve de estudantes, funcionários e professores: Bauru, Marília, Franca, Ourinhos, Botucatu, Araraquara e São José dos Campos.

Na ocasição, a reitoria se comprometeu a elaborar uma proposta de obras para a construção de moradias e restaurantes, além de solicitar à assessoria jurídica o encaminhamento de propostas de ampliação da participação estudantil nos órgãos colegiados da instituição.

A assessoria de imprensa da Unesp afirmou que, desde então, a reitoria tem se reunido com os estudantes para dar seguimento às reivindicações.


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