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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Ambulantes faturam com a fome dos fiéis e com bancos para ver o Papa

De olho no grande fluxo de fiéis que circulam pelo Rio de Janeiro durante a Jornada Mundial da Juventude, ambulantes apostam nas vendas nos locais do evento. Na missa que o Papa Francisco celebrou na Praia de Copacabana, nesta quinta-feira (25), a equipe do G1 contou mais de 50 vendedores entre a barreira no trânsito na Rua da Passagem, em Botafogo, até a Rua Duvivier, em Copacabana, na Zona Sul da cidade. Por causa do mau tempo, a maioria apostou na venda de capas e guarda-chuvas. As bandeiras do Brasil também eram oferecidas aos peregrinos. Até bancos de plásticos foram vendidos para o fiéis. Eles subiram nos banquinhos para poder ver o Papa Francisco passar.


Antônio de Souza, ambulante há 15 anos, diz que, apesar de não falar outros idiomas, entende o que os peregrinos estrangeiros falam. Com experiência na venda de diversos itens em locais diversos da capital fluminense, ele aposta no lucro certo com o fluxo de católicos. "Se eu conseguir acompanhar toda a Jornada Mundial da Juventude, vou vender muito."

Geraldo Mendes, que vendia capas de chuva desde a manhã na região do Túnel Novo, responde que a JMJ o ajuda a levar um dinheiro extra para casa. Ele é vendedor ambulante por ocasião. Nos outros períodos do ano ele trabalha como mecânico, bombeiro e eletricista.

Apostando no cansaço dos fiéis, camelô vende banquinhos
Além dos tradicionais objetos para proteger os fiéis da chuva, Carlos Henrique apostou em algo inusitado para fazer sucesso nas vendas: bancos de plástico. Usados por fiéis para descansar em longas vigílias e para subir na hora de ver a passagem do pontífice, eram vendidos a R$ 20. "Tudo está brilhando, cada vez mais, hoje eu vendi 70 capas e 100 guarda-chuvas. Vai dar para levar um trocado para casa hoje."

Se uns apostam no desagaste causado pelas longas caminhadas e vigílias, Renildo Anderson crê que a fome também é capaz de fazer os católicos gastarem. Em seu primeiro dia vendendo biscoitos e pipocas em um evento relacionado à Jornada Mundial da Juventude, ele acredita que os brasileiros compram mais do que os turistas do exterior. Sobre a necessidade do comércio popular em sua vida, Renildo lembra que tem muitas bocas para sustentar: "Tenho que trabalhar, fazer um dinheiro, levar para casa e pagar a pensão das crianças."

Jornada gera camelôs de ocasião
Wellington de Souza é motoboy e aproveita a segunda profissão para pagar o IPVA da moto e outras contas. Já que não pode circular à vontade por causa das interdições no trânsito, ele apostou, como outros, no comércio de capas de chuva plásticas para os peregrinos pegos de surpresa pela chuva nos locais de celebração. No mesmo dia, ele esteve na Catedral Metropolitana para incrementar os lucros.

Fora dos eventos da Jornada Mundial da Juventude, Cydo Nascimento trabalha como pedreiro. Mas, quando atua como ambulante, crê que seu trabalho não tem o lucro como único objetivo. Ele acredita que a venda de guarda-chuvas com imagens de pontos turísticos ajuda a passar uma boa imagem da cidade para os visitantes. "Vendo por causa do tempo e para que os turistas tenham uma lembrança do Rio de Janeiro."

Sabendo que suas duas profissões são, por causa do clima, incompatíveis na maioria das vezes, Cydo Nascimento conta que, quando o tempo fecha, é hora de mudar de carreira. "Eu estou aproveitando este tempo para faturar um dinheiro porque não dá para trabalhar com obra."
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