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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Mais de 41 mil crianças e adolescentes trabalham em Sergipe

O índice de crianças e adolescentes trabalhando em Sergipe diminuiu pouco, segundo as duas últimas análises realizadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que aponta mais de 41 mil crianças e adolescentes...

O índice de crianças e adolescentes trabalhando em Sergipe diminuiu pouco, segundo as duas últimas análises realizadas pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que aponta mais de 41 mil crianças e adolescentes estão trabalhando. Com esse resultado Sergipe fica atrás de oito estados, como São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco.


Sergipe passou de 18º em 2009 para 19° lugar em 2011. Para a superintendente Regional do Trabalho, Celuta Krauss, a diminuição dos números é discreta, porém persistente. “Mas a situação ainda merece preocupação, apesar de todos os esforços das entidades governamentais de proteção aos direitos dos menores e outros e órgãos. Existe um avanço, mas ainda temos muito a fazer e devemos permanecer incansáveis neste enfrentamento”, analisa.
O ranking nacional do trabalho infantil foi feito pela Pnad com crianças e adolescentes de 5 a 17 anos entre 2009 e 2011.

De acordo com o Ministério do Trabalho de Sergipe, os setores recordistas em contratação de trabalho infantil são matadouros, borracharias, oficinas, bares, coleta de lixo, produção de farinha de mandioca, cerâmica, produção de fumo, pesca, além da plantação de frutas como laranja e limão.

Cultura
Colocar uma criança cedo para trabalhar é uma questão culturalmente aceita e justificável pela sociedade, observa Celuta. “Um número significativo de famílias em condições de pobreza tem o trabalho infantil como de renda direta ou indireta. Ele acaba sendo visto como positivo pelas famílias, principalmente no setor rural”, constata.

Através da ampliação do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), o Brasil pretende retirar 1,2 milhão de crianças até 2014. “A eliminação do trabalho infantil, é uma das suas mais difíceis questões sociais, resultante de múltiplos e complexos fatores: históricos, econômicos, sociais e culturais. Por isso, a importância do trabalho em rede”, garante.

Maturidade precoce
O trabalho informal atraiu o menino A.G aos 11 anos. Órfão desde os dois meses de idade A. teve que amadurecer de forma pré-matura para cooperar com o sustento da família formada por mais três irmãos, uma tia e avó.
De tudo que eu vivo o mais difícil mesmo é não ter pai e mãe comigo"
A.G
Para isso o seu fim de semana começa bem cedo, às 4 horas da madrugada. Esse é o horário que ele está chegando ao local de trabalho para lavar os carros de clientes das feiras livres. E costuma sair somente quando o movimento de clientes está baixo, depois das 14 horas.

Não satisfeito somente com essa alternativa, durante as férias escolares ele ainda trabalha com um dos tios numa oficina mecânica. O menino estuda o 7º ano do ensino fundamental e repetiu duas vezes o 6 º ano, o principal motivo foi a disciplina de Língua Portuguesa. Ele tem dificuldades com a matéria. Mas pretende enfrentar essa barreira já que deseja ser advogado.

Para o garoto flamenguista que costuma dançar hip hop com amigos a rotina de trabalho é uma consequência natural da vida, que não trouxe tantas facilidades. “De tudo o que eu vivo o mais difícil mesmo é não ter pai e mãe comigo” lamenta.
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