Uma das moradoras que viu a casa destruída após o rompimento da adutora Henrique Novaes, em Campo Grande, zona oeste do Rio, na manhã desta terça-feira (30), Ana Jéssica ficou assustada quando voltou ao imóvel, horas após fugir correndo da enxurrada que deixou uma criança de três anos morta e ao menos 16 feridos. Ao entrar na casa revirada, Ana notou que a geladeira da vizinha havia sido arrastada pela força das águas para a sua cozinha.

— A geladeira está da vizinha veio parar aqui. E há outras coisas que vieram de fora, de outras casas. Está tudo revirado.

O rompimento da adutora danificou cerca de 200 casas e destruiu outras 17, segundo o Corpo de Bombeiros. Sem contabilizar exatamente o prejuízo, Ana calcula que os estragos causados pela corrente devastadora de água custem cerca de R$ 20 mil.

— Perdi tudo, não acredito. Só aqui foram uns R$ 20 mil. É muito dinheiro.

Em nota, a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) afirmou que irá ressarcir financeiramente todos os desabrigados e desalojados vítimas do rompimento da adutora. A empresa disse ainda que todos que perderam ou tiveram de deixar suas casas serão hospedados em hotéis da região. As diárias, assim como custos de alimentação, serão bancadas pela Cedae, que prometeu ainda disponibilizar acompanhamento psicológico a todos.

A companhia esclareceu que, até as 12h30, não havia detectato os motivos do rompimento da adutora, que tem 1,75 m de diâmetro. A empresa confirmou que técnicos já realizaram manobra na rede, desligando o registro que abastece a tubulação rompida e transferindo para linhas próximas os 6.000 litros de água que passariam por ela a cada segundo, mantendo o fornecimento de água às regiões abastecidas pela adutora: Jabour, Mendanha, Lameirão e parte dos bairros de Santa cruz, Campo Grande, Santíssimo, Bangu, Padre Miguel e Realengo.