Um problema antigo está cada vez mais evidente no transporte público do Distrito Federal. Os elevadores de ônibus para cadeirantes não funcionam e esses passageiros especiais quase sempre ficam na mão.

A reportagem da TV Record Brasília acompanhou na manhã desta quarta-feira (14) o drama vivido pelo estudante Elton Silva, de 26 anos.

Ele sofreu um derrame cerebral há quatro meses e agora vive em uma cadeira de rodas, deixou de estudar e não consegue mais trabalhar. Só sai de casa para ir à fisioterapia duas vezes por semana, mas desanima sempre que precisa fazer isso.

O jovem mora no Paranoá, região administrativa do DF, e precisa pegar um ônibus rumo ao Plano Piloto, área central de Brasília, onde faz o tratamento. A empresa responsável por essa linha é a Viação Planeta.

— Minha saída virou um tormento pela dificuldade que enfrento sempre que tenho de embarcar no ônibus.

Ele disse que quando dá sinal para o ônibus parar, nem sempre o motorista o vê na porta traseira, onde fica o equipamento, e muitas vezes sai deixando-o para trás.

Quando alguém o percebe, enfrenta dificuldades para subir porque o elevador não funciona.

— Tem que pedir para abrir a porta e o cobrador precisa vir acionar o elevador manualmente, porque não tem um dispositivo lá na frente para fazer isso automaticamente.

Depois de alguns minutos, o cobrador apareceu e testou o elevador, que não funcionou. Ele explicou que ele quase nunca é utilizado, mas acredita que a falta de manutenção é o principal fator para os defeitos encontrados.

— Quando isso acontece, subimos a pessoa na mão mesmo. Geralmente contamos com a ajuda de mais pessoas para embarcar e desembarcar o cadeirante.

O cadeirante também disse que os cobradores e motoristas não são treinados para operar esse tipo de equipamento, o que prejudica ainda mais a situação.

Por meio de nota, a Viação Planeta garantiu que treina os funcionários para operar os elevadores de cadeirantes. Já sobre o equipamento quebrado, afirmou que vai apurar os fatos para descobrir o que aconteceu.