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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Bolívia analisa pedido de extradição por senador que fugiu para o Brasil

O governo da Bolívia analisava nesta terça-feira de que maneira abordará a fuga para o Brasil do senador da oposição Roger Pinto, considerado por La Paz um foragido da justiça, e a opção de apresentar um pedido de extradição, disseram fontes do Executivo.

O governo da Bolívia analisava nesta terça-feira de que maneira abordará a fuga para o Brasil do senador da oposição Roger Pinto, considerado por La Paz um foragido da justiça, e a opção de apresentar um pedido de extradição, disseram fontes do Executivo.


A Procuradoria boliviana estava "analisando as normas internacionais e nacionais para ver quais são as opções que tem o Ministério Público", declarou a jornalistas o procurador-geral interino, Roberto Ramírez.

Pinto pode ser requerido pela justiça boliviana, onde enfrenta uma acusação de rebeldia por não ter comparecido a audiências na justiça e uma condenação a um ano de prisão por um caso de corrupção, em um caso em que apela do veredito, além de duas ordens de detenção, explicou Ramírez.

O ministro de Defesa, Rubén Saavedra, disse: "Vamos buscar, como governo, que Roger Pinto retorne ao país e responda à justiça boliviana pelos crimes que cometeu".

Saavedra acrescentou que o Executivo, liderado por Evo Morales, está disposto a esclarecer o caso e a impedir que a fuga do senador fique impune.

De acordo com a lei, a justiça boliviana deve pedir ao Brasil a extradição de Pinto através da chancelaria.

A presidente do Senado boliviano, Betty Tejada, anunciou que a instituição "solicitará à Procuradoria-Geral que proceda o trâmite de extradição".

Em uma apreciação preliminar, um dos integrantes do Supremo Tribunal de Justiça, Jorge von Borries, declarou que a extradição pode ser solicitada pelo fato de Pinto ter processo ou sentença na Bolívia.

Para o governo boliviano, o senador opositor é atualmente um fugitivo da justiça.

Nesse sentido a ministra da Justiça, Cecilia Ayllon, mencionou que o Brasil "desrespeitou as normas internacionais ao ter concedido asilo político a ele, levando em conta que era requisitado pela justiça e agora é um foragido da justiça boliviana".

O ex-chanceler Javier Murillo de la Rocha explicou a jornalistas que um pedido de extradição deve ser feito pelos "canais correspondentes" para não entorpecer as relações com o Brasil, estremecidas, segundo a oposição, por causa da escassa efetividade boliviana em controlar sua fronteira, área de intenso tráfico de drogas.

"É preciso encapsular, para assim dizer, o tema de Roger Pinto para que já não seja um assunto que comprometa as relações bilaterais, que têm dimensões muito maiores", disse Murillo.

A cúpula da Unasul, que será realizada a partir de sexta-feira no Suriname, pode ser o ambiente propício para que os presidentes Evo Morales e Dilma Rousseff abram caminho para o pedido de extradição, comentou extraoficialmente à AFP uma fonte ligada ao governo.

Pinto, que fugiu para o Brasil depois de ter permanecido 454 dias asilado na embaixada do país em La Paz, se considera um "perseguido político" do governo de Evo Morales, depois de ter denunciado ligações de autoridades com o narcotráfico.

Dilma lamentou "profundamente" em Brasília que "um asilado tenha sido submetido à insegurança" de ter sido retirado disfarçadamente da embaixada em La Paz.

"O Brasil jamais poderia aceitar em momento algum, sem salvo-conduto do governo boliviano, não poderia colocar em risco a vida de uma pessoa que estava sob sua guarda", disse a presidente brasileira.

Em troca, seu colega boliviano voltou a ignorar o tema nesta terça-feira, pelo terceiro dia consecutivo, apesar de ter comparecido a vários atos públicos.
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