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Terça-feira, 23 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Presidente da Fundação Casa nega violência sistêmica contra adolescentes

A presidente da Fundação Casa, Berenice Gianella, afirmou na tarde desta terça-feira, em São Paulo, que a prática de violência contra internos da entidade não é sistêmica, mas que a fundação, assim como toda a sociedade, está sujeita a desvios de conduta. Ela participou de uma audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo para falar sobre denúncia de espancamento de menores na unidade João do Pulo do Complexo Vila Maria da entidade.


Cenas exibidas no último dia 19 de agosto, no programa Fantástico, da Rede Globo, mostram um grupo de adolescentes sendo espancado dentro de uma das salas da unidade. Os cinco funcionários identificados foram afastados, incluindo o diretor, Edson Francisco da Silva. Dois dos agressores apresentaram atestado médico um dia após a divulgação das imagens e, segundo a presidente da entidade, estão "desaparecidos". Os demais fazem trabalhos administrativos, até que a sindicância que apura os fatos seja concluída.

Durante a audiência, Berenice usou uma frase do papa Francisco, durante a sua passagem pelo Brasil: "árvore que cai faz mais barulho que a floresta inteira crescendo". Com a citação, a presidente se defendeu de que práticas de tortura sejam comuns dentro da fundação.

"Coibir a prática de violência de maneira absoluta, só se estivéssemos na Noruega e ou na Suécia. O que temos dentro da fundação é o que temos na sociedade. A fundação não é uma ilha. Há violência nos clubes, nas torcidas organizadas, em vários setores da sociedade. O que queremos deixar claro é que a Fundação Casa não aceita isso. Ficamos em cima das unidades, mas desvios de conduta acontecem em todos os lugares."

Berenice se queixou ainda sobre a dificuldade de se demitir funcionários envolvidos em violência. "O que acontece é que eles conseguem um atestado médico, decisões judiciais que os impedem de serem demitidos. E, em alguns casos, quando se consegue, somos obrigados a readmiti-los por ordem judicial."

Para o vereador Adriano Diogo (PT), presidente da Comissão, a tortura ainda é prática comum no sistema prisional ou mesmo investigatório no Brasil. "A tortura é tida como uma prática para coleta de informações. É desesperadora. Muita gente acredita que a ditadura acabou com a eleição direta de um presidente da República. Mas ainda ficaram muitos resquícios, justamente como a tortura, a Polícia Militar e os métodos de investigação."
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