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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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Polícia apura denúncia de grávida presa com homens no Marajó

A Corregedoria da Polícia Civil apura a denúncia de que uma mulher grávida teria ficado presa durante três dias com homens em uma delegacia no município de Chaves, na ilha do Marajó. O caso teria ocorrido no final de agosto. Uma equipe formada por representantes da Corregedoria e do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente estão esta semana na cidade para colher depoimentos de testemunhas.

Grávida de dois meses, a mulher, que pediu para não ter seu nome divulgado, afirma que ficou presa durante três dias em uma cela masculina. “Eu fiquei presa lá, junto com 6 presos. Fiquei presa, dormi junto com eles na delegacia”, afirma a mulher.
De acordo com a jovem, a abordagem aconteceu quando a polícia investigava se o marido dela tinha participação em uma tentativa de homicídio contra um oficial aposentado. “Ele [policial] me pediu para acompanhar ele até a delegacia. Aí eu fui. Quando chegou lá, ele me meteu numa sala e queria que eu falasse onde os meninos estavam, só que eu não sabia do paradeiro deles”, conta a mulher. “Ele falou que durante os meninos não se entregassem, eu não ia sair de lá”, conta a grávida.

A Comissão de Justiça e Paz da CNBB foi quem recebeu a denúncia e encaminhou a jovem para fazer exames. “Fizemos o procedimento e nós vamos continuar acompanhando, monitorando todos os passos para que essa grave violação possa ser responsabilizada”, afirma a irmã Henriqueta Cavalcante, coordenadora da Comissão de Justiça e Paz da CNBB.

Diante da denúncia, a Ouvidora do Sistema Público de Segurança (Segup) fez um relatório e enviou para a Corregedoria da Polícia Civil. “A Ouvidoria, junto com os movimentos sociais, vão monitorar casos dessa natureza. Estamos para fazer isso, nada mais que buscar justiça para quem sofre agressões aos seus direitos e cidadania”, afirma Eliane Fonseca, ouvidora da Segup.

O delegado que teria efetuado a prisão da jovem está sendo investigado e caso seja comprovada a irregularidade, pode ser afastado do cargo. “Nós estamos apurando. São denúncias graves que têm que ser apuradas. Todo servidor público que cometa uma transgressão disciplinar, dentro de um processo administrativo, dependendo do grau, varia a penalidade da advertência até a demissão”, afirma Rilmar Firmino, delegado geral de Polícia Civil do Pará.

O G1 procurou o Ministério Público do Pará, que disse que caso foi investigado pela Promotoria de Justiça de Chaves, na ilha do Marajó. Segundo a promotoria, não foi constatada nenhuma irregularidade em Chaves - de acordo com o MP, o fato não ocorreu.
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