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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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'Paro tudo para falar com ela', diz mãe de brasileira detida na Rússia

Foto: Greenpeace/AP

'Paro tudo para falar com ela', diz mãe de brasileira detida na Rússia
Enquanto leva estudantes à aula em Porto Alegre, a transportadora escolar Rosângela Maciel aguarda nesta quarta-feira (25) com ansiedade uma chance de conversar com a filha, a bióloga Ana Paula. Ela está entre os 30 ativistas do Greenpeace detidos na Rússia, após protestarem na semana passada em uma plataforma de petróleo no Ártico.


Rosângela garante que, independente de onde esteja, ela vai estacionar a van que leva estudantes a escolas da capital gaúcha para atender o telefone. "Eu paro tudo para falar com ela", disse a motorista ao G1. Ana Paula e os demais ativistas podem ser denunciados por pirataria, de acordo com autoridades russas.

Dificilmente a esperada conversa pelo telefone com a filha acontecerá nesta quarta. Segundo informou o Greenpeace na pela manhã, cinco ativistas foram interrogados na presença de advogados na terça. Nesta quarta, nove pessoas foram encaminhadas para prestar depoimento, e Ana Paula não está no grupo.

No último contato que teve com o Greenpeace, Rosângela ouviu que apenas dois entre os 30 ativistas haviam deposto na cidade russa de Murmansk, e que o processo vai demorar. "Os russos estão teimando, disseram que vão abrir um inquérito contra os ativistas", lamenta Rosângela.

O Greenpeace destaca que não há acusação alguma contra o grupo até o momento, mas confirma que foi aberta a investigação por pirataria. Um grupo de 18 diplomatas de nove nacionalidades acompanha os detidos. Entre eles está um brasileiro, que não teve o nome divulgado.

Em nota ao site oficial do Greenpeace Internacional, o diretor-executivo, Kumi Naidoo, afirma que a ONG não vai se intimidar por acusações "absurdas". "Qualquer processo de pirataria contra protestos pacíficos não tem espaço na legislação internacional. Não vamos nos intimidar por essas acusações absurdas, e continuamos exigindo a libertação imediata dos ativistas".

Segundo o Greenpeace, a brasileira integra a tripulação fixa da embarcação Arctic Sunrise, utilizada para ações ambientais na região do Ártico. Longe do Brasil desde o dia 11 de junho, a previsão inicial era de Ana Paula voltar ao país no fim de outubro. A gaúcha começou a atuar em defesa das causas ambientais em 2006.

Putin se manifesta sobre ativistas
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou nesta quarta-feira durante um fórum que os ativistas do Greenpeace detidos enquanto protestavam contra a exploração de petróleo no Ártico "não são piratas".

A declaração ocorre um dia depois de o Comitê Investigativo da Rússia afirmar que os ativistas mais ativos poderiam ser acusados de pirataria. Na Rússia, a pena para esse crime pode chegar a até 15 anos de prisão e render multas de até 500 mil rublos (R$ 33 mil).

O presidente russo, por outro lado, afirmou que os ativistas "violaram as leis internacionais" ao tentar tomar o controle da plataforma.
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