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Terça-feira, 23 de julho de 2024

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“Perdi meu pai e não queria perder meu irmão”, diz apresentador que doou rim

A doação de órgãos é possível ainda em vida. Foi isso que fez o repórter e apresentador Ogg Ibrahim, da Rede Record. Ele viu o pai morrer com 46 anos, decorrente de problemas renais, em 1981. A mãe partiu três anos depois por uma doença no pulmão. Sobraram os frutos do casal, os três filhos. Um deles, Ney Ibrahim, que herdou a genética paterna e foi identificado com rins policísticos. Por causa da doença, em dez anos, o órgão foi perdendo as funções e em 2011 veio a sentença — Ney precisaria de um transplante.


Ogg conta que recebeu uma ligação do irmão e soube da notícia. Sem exames que indicassem uma compatibilidade, ele contou que falou ao irmão de pronto que seria o doador. Um instinto o avisou que isso ocorreria.

— Não sabia das consequências que a doação teria e nem se éramos compatíveis ou não, mas eu tive certeza que seria o doador. Perdi meu pai e não queria perder meu irmão. As doenças sempre levaram muitas pessoas da minha família. Queria que Deus me protegesse e meus irmãos.

Foram cerca de 80 exames para decretar a compatibilidade. Ney se livrou de ser mais um na fila de esperar para receber um órgão, que conta com cerca de 28 mil brasileiros, segundo o Ministério da Saúde.

Dez meses de preparação e a cirurgia do transplante finalmente foi marcada para 17 de agosto de 2012, data em que se comemoraria o novo aniversário de vida de Ney. Os riscos de uma rejeição nunca estão descartados, mas os irmãos estavam dispostos a tentar. Segundo os médicos, o DNA dos dois era praticamente idêntico e o procedimento tinha tudo para ser um sucesso. E foi.

Emocionado durante toda a entrevista, Ogg ressaltou a importância da doação de órgãos e afirmou que ter doado um rim ao irmão foi uma forma de agradecer à vida por tudo.

— Me sinto iluminado de poder ter feito isso pelo meu irmão. Foi um presente. Faria isso por qualquer pessoa porque a doação em vida é possível. É uma forma de deixar de lado o egoísmo. Doei um pouco vida para ele e a família.

Duas semanas após a cirurgia, Ogg retornou ao trabalho. A vida voltou ao normal em pouco tempo e Ney não apresentou rejeição. Os dois não têm nenhuma restrição alimentar ou de hábitos.

Aumento no transplantes no Brasil

Apesar do sofrimento de perder um ente querido, mais de 50% das famílias brasileiras são favoráveis à doação de órgãos, de acordo com um balanço divulgado pelo Ministério da Saúde na quarta-feira (25). Nos últimos dez anos, o número de transplantes aumentou em quase 50% no Brasil. Em 2003, foram realizadas 7.556 cirurgias e, em 2013, 15.541 operações.

Nesta sexta-feira (27) é comemorado o Dia Nacional de Doação de Órgãos. Cerca de 135 mil usuários do Facebook já declararam e compartilharam na rede a vontade de serem doadores.
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