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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Jovem que diz ter sido baleado após ato de professores no Rio passa bem

Rodrigo Azoubel, o jovem que diz ter sido baleado nos braços durante o confronto após o protesto de professores na terça-feira (15), no Centro do Rio, já saiu da UTI e passa bem. Segundo Flávia Lacerda, que é mãe do jovem, Rodrigo já está no quarto da Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, Zona Sul, e se recupera de uma cirurgia feita nesta sexta-feira (18).

Ainda segundo Flávia, o jovem deve receber alta na próxima segunda-feira, mas vai retornar ao hospital daqui há10 dias. Rodrigo deverá passar por um novo procedimento cirúrgico que fará um enxerto ósseo.
Flávia disse também que após o depoimento do seu filho à Polícia Civil, não houve mais participação da família na apuração do caso. "Não fomos mais procurados pela polícia para esclarecimentos e a perícia tem sido feita a partir dos laudos mesmo. Não havia projétil, nem estilhaços de bala no corpo do Rodrigo."
Jovem não sabe a origem dos disparos

O delegado titular da 15ª DP (Gávea), Orlando Zaccone, esteve na Clínica São Vicente para ouvir o depoimento de Rodrigo Azoubel. De acordo com o delegado, o jovem não soube informar de onde veio o tiro, nem escutou barulho. Zaccone não quis dar mais detalhes sobre o depoimento e disse que o caso será investigado pela 5ª DP (Mem de Sá).

A assessoria da Casa de Saúde informou que o jovem deu entrada na unidade, na noite de terça-feira, com fratura aberta nos dois antebraços. Ainda segundo eles, integrantes da Corregadoria Polícia Militar estiveram por duas vezes na clínica para colher informações sobre o caso.
Para o presidente da Comissão Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcelo Chalreo, o projétil que atingiu o rapaz atravessou os dois braços e há indícios de pólvora no local dos ferimentos, o que mostra que a distância do disparo pode ter sido pequena. A comissão recebeu várias denúncias de que cápsulas de diferentes calibres foram encontras na Cinelândia.

Segundo Marcelo Chalreo, não teria sido feito nenhum registro de manifestante com armas de fogo e há indícios de que os tiros foram efetuados pelas forças de segurança. “Quem participa de manifestação não pode ser tratado a bala. Isso é lamentável”, afirmou Chalreo.
Sobre a visita da Corregedoria da Polícia Militar na clínica, Chalreo disse que a atitude é lamentável. "O recolhimento do projetil seria algo que dificultaria a análise pericial. É lamentável esta conduta. É um indício grave. Por que eles estiveram aqui antes da Polícia Civil? Isso compromete a Polícia Militar do estado do Rio de Janeiro", falou Chalreo.
Um vídeo exibido no Bom Dia Rio mostrou imagens de um homem efetuando disparos de arma de fogo durante o protesto. Aos seis minutos e trinta segundos do vídeo acima, eles aparecem atrás de uma banca de jornal atirando.
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Após ato pacífico de professores, Rio tem confronto entre PMs e vândalos
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Após passeata, houve confronto
A passeata pacífica reuniu 100 mil professores no Centro, segundo o Sindicato dos Profissionais de Educação (Sepe-RJ). Já a PM afirma que sete mil pessoas participaram da manifestação. No entanto, um grupo de ativistas mascarados entrou em confronto com policiais militares que estavam na região da Cinelândia e nas ruas do entorno da Câmara Municipal, depois que a passeata já havia acabado. Mais de 200 manifestantes foram encaminhados para delegacias da região e o acampamento defindo como "Ocupa Câmara" foi desfeito pela PM.
De acordo com o Sindicato dos Profissionais da Educação do Rio (Sepe), que marcou a passeata para o Dia dos Professores, quando o confronto começou os docentes já haviam se dispersado. O tumulto se iniciou cerca de 45 minutos depois do ato. Por volta das 20h15, a região foi tomada pela fumaça das bombas lançadas por PMs e por morteiros disparados pelos vândalos.

Num dos momentos de maior tensão, um grupo de oito policiais militares do Batalhão do Choque ficou cercado por ativistas, protegidos por escudos e lançando bombas de gás. Um ativista foi atingido por uma bomba de gás e caiu. Os mascarados jogaram pedras na direção dos policiais. Um carro da Polícia Militar foi incendiado no bairro da Glória, vizinho ao Centro.
Detidos
Pelo menos 200 pessoas, incluindo menores, foram detidas durante o confronto. Elas foram levadas para quatro delegacias da área do Centro. Dois ônibus também deixaram a Câmara Municipal com ativistas que estavam no "Ocupa Câmara", acampamento feito há mais de dois meses no local, que foi desfeito em uma ação do Batalhão do Choque.
O trânsito também foi interditado em alguns pontos e estações do metrô que ficam na região central do Rio foram fechadas por medida de precaução.

Durante o tumulto, um grupo retirou as placas de aço que estavam protegendo os bancos contra os ataques. Em muitos pontos da Avenida Rio Branco, foram montadas fogueiras. Por causa da confusão, muitos bares da Lapa, área boêmia do Rio, fecharam as portas. O Corpo de Bombeiros informou que equipes apagaram focos de incêndio em uma agência bancária. Muitas fachadas de prédios comerciais foram depredadas.
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