O TJ (Tribunal de Justiça) de Santa Catarina decidiu que a metade do prêmio do concurso 898 da Mega-Sena, que sorteou R$ 54 milhões em setembro de 2007, deve ser dividido entre os dois homens de Joaçaba (SC) que disputam a "autoria" da aposta.
Duas apostas acertaram as seis dezenas do concurso --uma do Estado de Rondônia e outra de Joaçaba. Na cidade catarinense o empresário Altamir José da Igreja, 52, foi acusado por seu funcionário Flávio Júnior Biassi, 21, de ter se apropriado do bilhete ganhador. Na ocasião, o rapaz entrou na Justiça e conseguiu bloquear o dinheiro.

Na decisão em primeira instância, a Justiça já havia determinado a divisão do prêmio. Descontentes, o empresário e seu funcionário entraram com recurso no TJ.

Nesta quinta-feira, a 4ª Câmara de Direito Civil, por dois votos a um, manteve a decisão da primeira instância, que determina a divisão do prêmio. Segundo o TJ, o dinheiro está bloqueado até hoje. As partes ainda podem recorrer da decisão.

Números da sorte

O empresário, na época, afirmou que as dezenas sorteadas (03, 04, 08, 30, 45 e 54) se referem a datas de nascimento dele (30/09/54) e da filha (03/04/88). Segundo ele, somente dois números foram trocados. Como não há a opção do "88", ele anotou "08". Para não jogar quatro dezenas da mesma linha, em vez do "09", preferiu o "45" --o ano 54 invertido, diz.

No entanto, seu funcionário tem uma versão diferente para a aposta. Biassi disse na época que foi a uma casa lotérica fazer o jogo, quando voltava do trabalho com o patrão e, como não havia lugar para estacionar, o chefe o deixou em casa, mas ficou com R$ 1,50 e os números anotados para fazer uma aposta por ele.

O jovem afirmou ainda que os números eram uma combinação dos dígitos de seu celular.