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Segunda-feira, 22 de julho de 2024

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Motorista assumiu risco de atropelar e matar mulher, diz delegado em SP

O motorista do carro que atropelou e matou uma mulher na madrugada desta quarta-feira (20), na Zona Norte de São Paulo, assumiu o risco de matá-la, segundo o delegado Marcel Druziani, do 7º Distrito Policial, que investiga o caso.

Para Druziani, as provas contra o dono do Fiat Stillo amarelo mostram que ele participava de um racha com outros veículos, avançou o sinal vermelho e atingiu a vítima que estava na faixa de pedestres na Avenida General Edgar Facó, na região de Pirituba.

Com o impacto, o corpo de Jéssica Bueno Rodrigues da Silva, de 22 anos, atravessou o para-brisa, destruiu o teto solar e ficou preso dentro do carro. O automóvel ainda percorreu cerca de 200 metros até parar, sobre a Ponte do Piqueri, onde foi abandonado pelo condutor e outros dois ocupantes que não prestaram socorro à vítima, segundo testemunhas.

O dono do carro foi identificado como sendo o pedreiro Vagner Fraga Ferreira, de 28 anos. O proprietário do Fiat é apontado pela investigação como o motorista que atropelou e matou Jéssica. Além do nome do suspeito, o 7º Distrito Policial, na Lapa, Zona Oeste, divulgou a foto dele à imprensa. Quem tiver informações sobre seu paradeiro pode ligar sem se indentificar para o Disque-Denúncia pelo telefone 181.

“Temos provas de que ele dirigia o carro de maneira inadequada. Ele assumiu o risco de atropelar e matar, mesmo não tendo a intenção”, disse o delegado do 7º Distrito Policial, na Lapa, Zona Oeste, nesta quinta-feira (21) ao G1.
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Risco
De acordo com Druziani, caso o suspeito seja encontrado ou compareça à delegacia, ele será interrogado e indiciado por dolo eventual, ou seja, mesmo sem intenção de matar, ele assumiu o risco de produzir o resultado morte. “Além de ter assumido o risco de matar e de ter de responder pela morte da vítima, ele também será indiciado por racha e fuga de local de acidente sem dar ajuda a mulher”.

Apesar de estar sendo procurado para ser interrogado e indiciado, Vagner Ferreira deverá ser liberado para responder pelos crimes em liberdade. Segundo o delegado, pela lei expirou o prazo para que ele fosse preso em flagrante.

“Ele só seria preso nas seguintes condições: se estivesse no local do atropelamento ou se a polícia soubesse onde ele está. Em outras palavras, o flagrante perdura em perseguição real. Quem acha que flagrante tem horário acredita numa lenda. Portanto, se soubéssemos onde ele está ainda poderia haver o flagrante, mas como não sabemos, ele terá de ser localizado, levado a delegacia, responsabilizado e liberado para responder em liberdade”, explicou o delegado Marcel Druziani, nesta quinta-feira (21) ao G1.

De acordo com o delegado, um homem o procurou na noite de quarta se identificando como sendo o advogado de Vagner Ferreira. “Ele me disse que seu cliente está tenso e iria se apresentar na delegacia nos próximos dias”, contou Marcel Druziani. O nome do defensor não foi informado. A equipe de reportagem também não conseguiu localizar o suspeito ou algum representante seu para comentar o assunto.

Liberdade
Questionado se poderia pedir a prisão preventiva do motorista após seu indiciamento, para que ele ficasse detido até seu eventual julgamento, o delegado respondeu que não. Segundo Marcel Druziani os crimes que o suspeito irá responder teriam pena inferior a 8 anos de reclusão numa eventual condenação.

O Fiat Stilo, que teve o vidro dianteiro quebrado, continua apreendido no pátio da polícia. Investigadores buscam câmeras de segurança que possam ter gravado o atropelamento. O objetivo é dar elementos suficientes para a Polícia Técnico-Científica aferir a velocidade do veículo no momento do impacto com a vítima.

Testemunhas que estavam com Jéssica e viram o acidente disseram que o automóvel participava de uma disputa com outros dois veículos e estaria a mais de 100 km/h numa via onde a máxima permitida são 60 km/h. “Da forma como foi é possível até que estivesse a 120 km/h”, disse o delegado. “É preciso aguardar os laudos periciais”.

O corpo de Jéssica foi enterrado na tarde de quarta-feira no Cemitério Nova Cachoeirinha, na região norte da cidade. Ela tinha uma filha de 4 anos, fruto de um relacionamento anterior. Seus planos eram de se casar com o noivo Geyvysson dos Santos, de 20 anos, no final de 2014.

Ela foi atropelada e morta quando ia com o noivo e mais dois casais de amigos para um show sertanejo. Jéssica estava feliz e iria comemorar seu novo emprego. Deveria ter começado a trabalhar como operadora de telemarketing nesta quinta-feira.
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