O deputado federal Romário (PSB-RJ) se envolveu em mais uma polêmica na última terça-feira (17). Uma foto do ex-atacante de mãos dadas com uma morena circulou na internet. A mulher em questão chama-se Thalita Zampirolli, é modelo, de Cachoeira de Itapemirim, e fez uma cirurgia de mudança de sexo aos 18 anos, segundo o jornal O Dia.
Romário usou as redes sociais para explicar o caso e afirmou que os comentários maldosos têm conotação política. O Baixinho explicou que, "depois da política, passei a incomodar, mas realmente tô demais".
— Não sou candidato a cargo majoritário não, viu?! Nem presidente, nem governador. Vou continuar fazendo as coisas que faço, indo para a noite, jogando minha pelada, meu futevôlei, indo para a praia. Feliz igualzinho, nada muda.
Essa, claro, não foi a primeira vez que o deputado federal deu seus pitacos. No início de dezembro, Romário, que foi campeão do mundo em 1994, detonou os jogos da Copa do Mundo às 13h, como determinou a Fifa: "Não há ser humano que consiga jogar 90 minutos, com este calor, com a mesma performance em série de jogos seguidos como em uma Copa do Mundo. Acredito que isso resultará em pouca qualidade, pouco interesse no jogo em si".
Um dos deputados mais atuantes da Câmara, Romário chegou a chamar o Papa Francisco para participar de uma das sessões da Comissão Especial do Proforte, que analisa no Congresso soluções para as dívidas dos clubes do futebol brasileiro: "Muitos acharam que era ironia, mas acho que o papa Francisco também pode participar desta Comissão porque ele é sócio do [cluber argentino] San Lorenzo".
Romário também teve um episódio curioso com seu partido neste ano. Menos de dois meses depois de anunciar a desfiliação ao PSB, o deputado federal voltou à sigla em setembro e disse mirar a reeleição à Câmara, uma vaga no Senado ou até a disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro em 2016.
No primeiro mandato como deputado, Romário foi autor de uma indicação que sugere incluir os cuidadores de pessoas com deficiência na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) e fez um requerimento para a realização de sessão solene em homenagem ao Dia Internacional da Síndrome de Down. A filha do deputado é portadora da síndrome.
Em outubro, o deputado federal Romário foi condenado pela 4ª turma do STJ (Supremo Tribunal de Justiça) e terá que desembolsar R$ 5,6 milhões para indenizar um vizinho que teve seu imóvel danificado após uma reforma promovida pelo parlamentar em um imóvel no Rio de Janeiro.
O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, é alvo frequente de Romário. Acusado pelo homem forte da Fifa de "ultrapassar os limites da decência", o deputado federal disse que, "pelos antecedentes, Jerome Valcke não seria a pessoa mais indicada para fazer negócio com o Brasil. Eu não confiaria nele nem se eu precisasse dar R$ 10 do meu bolso para ele comprar pão e leite na padaria da esquina" .
Em setembro, Edmundo cogitou se filiar ao PSB e Romário gostou da ideia: "— Seria um reforço [ter Edmundo no PSB]. Com certeza, se eu tiver a oportunidade de fazer o convite ao Edmundo, e às outras pessoas que entendem que política é uma coisa séria [...], as portas do PSB estarão abertas".
O parceiro de ataque na Copa de 1994 também foi criticado pelo deputado federal. Em outubro, em entrevista ao jornal americano The New York Times, Bebeto e Ronaldo, membros do COL (Comitê Organizador Local), foram chamados de "ignorantes" por Romário.
Na entrevista, Romário disse que "ou Ronaldo e Bebeto não sabem o que está acontecendo, ou estão fingindo que não sabem. De qualquer maneira, isso é ignorância”. A crítica recaiu aos ex-jogadores porque eles, segundo o Baixinho, estão sendo coniventes com os gastos públicos indevidos do Mundial 2014.
Sobrou até para o técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, que não levou o Baixinho para a Copa de 2002. Romário disse que a perda do atacante Diego Costa para a seleção espanhola deve ir para a conta do treinador brasileiro.
Romário também sempre foi muito direto quando questionado sobre o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), José Maria Marin. Perguntado sobre quem é o pior personagem do futebol entre o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira, o atual mandatário da entidade, José Maria Marin (foto) e Jérôme Valcke, Romário não fez distinção. "São três corruptos e ladrões, três caras que não têm nenhuma ética em relação ao dinheiro. Com tudo o que fizeram, fazem e continuarão fazendo, vão continuar impunes se tratando da nossa justiça".
O secretário-geral da Fifa é um dos principais alvos de Romário. Em junho, o deputado federal disparou: "Não posso deixar de passar uma coisa dessas. Na segunda-feira o cara-de-pau, chantagista e corrupto do Jerôme Valcke negou que a FIFA venha ao Brasil encher os cofres e ir embora. É uma piada ouvir uma frase como essa".
Romário sempre foi muito transparente em relação ao motivo que o levou à política: representar a causa das pessoas com síndrome de Down. Eleito com quase 150 mil votos em 2010, o Baixinho reconhece que fazer política no Brasil não é fácil: "Eu só tinha mesmo a perder. No futebol, cheguei ao topo. Quando entrei para a política me dei a oportunidade, negativamente falando, de jogar vários anos fora".
Por meio da sua conta no Facebook, Romário voltou a criticar os gastos públicos com os estádios da Copa, que serão os mais caros do mundo: "Desde 2011 eu alertei sobre este quadro e infelizmente as previsões se concretizaram. Um absurdo que os governos estaduais não tenham feito nada para diminuir estes custos. Eu, como legislador e fiscalizados, fiz a minha parte. Alertei!"
Romário também usou a rede social para comentar a decisão do STJD (Supremo Tribunal de Justiça Desportiva), que rebaixou a Portuguesa e manteve o Fluminense na primeira divisão do Brasileiro: "Galera, olha como o futebol é interessante, nunca se aplica a Lei e quando ela é aplicada dá essa m... que estamos presenciando. Para vocês verem como nosso futebol anda desacreditado. E a Copa vai ser aqui ano que vem".
