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Domingo, 21 de julho de 2024

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‘Quero justiça', diz mãe de homem baleado durante abordagem da PM

A família do homem atingido por tiros durante uma abordagem da Polícia Militar, em Itapetininga (SP), está revoltada. A mãe, a aposentada Maria Aparecida Guimarães de Proença, pede justiça. De acordo com ela, o filho sofre de transtornos mentais e estava em crise nervosa quando foi ferido.


A vítima, Tiago Proença, de 31 anos, está internado em coma no Hospital Regional de Itapetininga. Ele foi atingido por seis tiros disparados por um dos policiais. Foram atingidos o pescoço, a boca, a barriga, a perna e o braço da vítima. O caso ocorreu na noite de sábado (1º), no Distrito do Rechã.

Em entrevista ao G1, o irmão da vítima, Lucas Guimarães de Proença, conta que tudo aconteceu depois que Tiago se desentendeu com o pai e com a mãe, que moram na mesma casa. De acordo com ele, depois da discussão, a vítima saiu para a rua e os pais pediram para que ele levasse o casal para outro local até que o homem se acalmasse. A família acredita que alguém deve ter visto a movimentação e chamou a PM.

Lucas ainda afirma que quando os policiais foram até a casa dos pais dele, não havia ninguém lá. Segundo ele, os vizinhos viram quando eles bateram palma já com as armas em punho. Enquanto os policias estavam em frente ao imóvel, o homem chegou e foi para cima dos policiais. Ele usou uma bengala para agredir os PMs que dispararam os tiros.

A mãe explica que pediu ser levada por Lucas, para evitar mais confronto com o filho Tiago. “Quando ele tem esses surtos psicóticos, não adianta brigar, por isso, sempre procuro sair de casa e tirar meu marido de perto. Meu marido sofreu um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ainda tem muitas sequelas. Ele não anda direito e vive sob efeito de remédios. Com o surto, eu procuro sair. Meu filho nunca agrediu ninguém, mas ele fica falando e gritando”, explica.

A mãe diz que o filho tem esquizofrenia e depressão. Os distúrbios começaram depois de problemas emocionais. “Ele viveu uma vida afetiva atribulada e um casamento que não deu certo. Isso mexeu com ele. Além disso, o médico psiquiatra disse que ele tem uma disfunção de tireoide, o que contribui para os quadros de distúrbio mental”, conta.

Maria Aparecida conta que o filho ainda estava sem alguns medicamentos. “Os remédios que ele toma são controlados, por isso, para retirá-los é preciso ter receita. Como a receita está vencida, eu precisaria levá-lo para consulta, mas ele não queria vir. Ele é grande e eu não tenho como carregá-lo até o consultório. Eu estava esperando ele resolver aceitar ir à consulta”, comenta a mãe.
Ainda segundo a mulher, o filho teve outras crises. Em 2013, por exemplo, segundo ela, precisou chamar o Samu.

“Ele entrou chorando na ambulância, mas foi levado. Nunca tentou agredir ninguém. Foi para o hospital, foi medicado, e voltou para a casa”, diz.

Em outra crise, ele ficou desaparecido por mais de quatro meses. Há dois anos, o filho saiu de casa e se perdeu. Um boletim de ocorrência foi registrado o rapaz foi localizado no estado do Espírito Santo. “Eu quero justiça, porque não está certo o que fizeram”, completa.

O G1 entrou em contato com a Polícia Militar de Itapetininga neste domingo (2). A PM informou que o caso está sendo investigado e que nesta segunda-feira (3), o comando deverá se manifestar sobre a ocorrência.
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