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Domingo, 21 de julho de 2024

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Rio registra recorde de calor e mês de janeiro é o mais seco dos últimos 13 anos

Sol inclemente, céu sem nuvem e os cariocas não desgrudam dos guarda-chuvas. Não é medo de temporal. O acessório virou guarda-sol para enfrentar a aridez que se instalou nas últimas duas semanas na cidade. O Rio não registra chuva significativa há 19 dias. O mês de janeiro foi o mais seco na cidade dos últimos 13 anos, com apenas 34% das chuvas que eram esperadas. Ontem, foi registrado novo recorde de calor: 40,6 graus. E quem ainda nutre a esperança de chegada de frente fria deve se preparar: pelo menos nos próximos dez dias não há previsão de refresco, e termômetros podem chegar aos 42 graus.


Ontem, no calçadão de Bangu, o termômetro já marcava 42 graus. Chegava aos 43 quando parava de correr a brisa que atenuava o clima de deserto. O barbeiro Diego Guimarães, de 27 anos, tentava proteger o filho Lorenzo, nascido há um mês, sob um guarda-chuva.

— Desde que ele nasceu, evitamos sair por causa do calor. Hoje, não teve jeito, tivemos que fazer compras.

O garçom Márcio dos Santos, de 22 anos, encontrou na garrafinha de água mineral o refresco certo.

— Trabalho num lugar sem ar-condicionado. O jeito é molhar a cabeça e beber muita água.

As amigas Ângela Botelho, de 58 anos, e Lúcia Monteiro, de 50, também lançaram mão do guarda-chuva. As duas dividiam a sombrinha em Guadalupe.

— Passei protetor solar, mas sem guarda-chuva não aguento esse sol — diz Lúcia.

Segundo o meteorologista Almerino Marinho, do Instituto Nacional de Meteorologia, fevereiro deve seguir com termômetros em alta.

— Nestes primeiros dias de fevereiro, a tendência é de que o calor continue e até aumente. Pelo menos até a semana que vem não há previsão de chuva.

‘A temperatura na cidade deve continuar alta’

Desde 1984, o Rio não enfrentava um calor tão intenso em janeiro. A média máxima registrada no mês ficou em 36,5 graus. Na década de 80, atingiu 37,1 graus, na Zona Oeste. A escassez de chuvas também foi a segunda maior desde que o sistema Alerta Rio começou a monitorar a pluviometria da cidade, em 97. Nos últimos 17 anos, apenas 2001, quando o volume de precipitações foi 22,5% do esperado, supera a seca de 2014.

O meteorologista Pedro Jourdan, da Prefeitura do Rio, explica que uma massa de ar seco sobre as regiões Sul e Sudeste impede a chegada de frentes frias.

— Janeiro foi seco. Não tivemos temperaturas extremas, mas vários dias de calor. A temperatura deve continuar alta, podendo chegar a 42 graus.

RETRATO DA ESTAÇÃO

Bairro mais quente

Santa Cruz, na Zona Oeste, foi o bairro que registrou a maior temperatura do Rio em 2014 até ontem. Os termômetros marcaram 40,6 graus.

Máxima mais alta

A temperatura marcada ontem é a mais alta desde 8 de janeiro de 2013, quando termômetros chegaram a 40,9 graus. No último dia 3 de janeiro foi registrado 40,3 graus, na Vila Militar. Nesse mesmo dia, a sensação térmica foi de 52 graus, uma das mais altas do planeta.

Recorde da cidade

A maior temperatura já registrada no Rio foi em 26 de dezembro de 2012. O Inmet marcou 43,2 graus na estação meteorológica de Santa Cruz. A marca foi a maior desde 1915, quando começaram as medições.
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