No Cemitério da Paz não há mais sossego para quem lamenta a perda de parentes ou amigos. Durante funerais no cemitério, no bairro Caiçara, região noroeste de Belo Horizonte, criminosos aproveitam para arrombar carros.

Um velório chegou a ser interrompido nesta semana porque o carro do falecido foi furtado. Adão, 66 anos, era velado no Cemitério da Paz quando vigias perceberam o arrombamento.

O locutor Elmo da Silva participava do velório e se revoltou com a situação.

— Este Gol vermelho é do Adão, que está sendo velado, e até na hora da morte não tem sossego. Tentaram levar o veículo dele, e arranharam a lateral porque não conseguiram.

Um bancário lamenta a perda do carro durante um velório. O Gol ano 88 de José Grinaldo estava estacionado a 15 metros da guarita da Guarda Municipal.

— Foi uma surpresa desagradável. Um carro de estimação, mas infelizmente foi embora. Tomei conhecimento que tentaram roubar outros quatro carros na mesma noite.

O Batalhão da Polícia Militar fica em frente ao cemitério, mas nenhuma viatura foi ao local registrar a ocorrência, segundo testemunhas.

A atendente Diva de Fátima precisou dividir as atenções entre o corpo de uma amiga e o estacionamento.

— Eu não pude velar o corpo, tive que velar o carro. Não tem segurança nenhuma aqui.