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Domingo, 21 de julho de 2024

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Após quase nove anos, obra do novo aeroporto de Goiânia só avançou 15%

Em quase nove anos, a construção do novo terminal do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia , enfrentou embargo judicial, paralisação por falta de verba e, desde a última retomada, avançou apenas 15%, segundo o consórcio construtor formado pelas empresas Via e Odebrecht. A obra, que começou em março de 2005, pode atrasar mais uma vez, caso o impasse com os operários em greve há dez dias não seja resolvido.


Reivindicando melhores condições de trabalho, os trabalhadores iniciaram uma paralisação no dia 31 de janeiro. Na manhã desta segunda-feira (10), uma assembleia entre os grevistas pode definir os rumos da manifestação. Uma liminar da desembargadora Elza Silveira considerou a greve abusiva e pediu o retorno imediato dos operários ao trabalho, sob pena de multa diária no valor de R$ 40 mil.

Em visita à obra, o G1 constatou que poucos operários continuam trabalhando: cerca de 80 dentre os 400 que atuam nessa fase da construção, além dos engenheiros e funcionários da administração. Porém, o mato que dominava o local antes da última retomada das obras, em setembro do ano passado, já dá lugar a máquinas, carrinhos de mão, sacos de cimento, pregos, dentre outros objetos. São sinais de que a estrutura tão aguardada por goianienses e visitantes pode, finalmente, se concretizar.

É o que espera a professora Vera Lúcia Costa. Ela está entre os cerca de 3,5 milhões de passageiros que utilizam o terminal original a cada ano. “É um descaso que ainda esteja assim. Por enquanto, é a população quem sofre”, lamenta.

Segundo o consórcio, atualmente são executadas as fundações e estruturas de concreto do terminal. Ao G1, os operários relataram que, desde que a obra foi retomada, foram concretadas três lajes e as bases foram reforçadas porque cederam cerca de dez centímetros com a ação do tempo.

As construtoras garantem que as obras seguem o cronograma planejado, com promessa de conclusão para março de 2015. O projeto prevê que a área do novo terminal passará de 7.571 m² para 34.100 m², elevando a capacidade do aeroporto para 5,1 milhões de passageiros por ano.

Segundo informações do site da Secretaria da Aviação Civil, o novo terminal terá 113 pontos comerciais, quatro pontes de embarque (os chamados fingers), 23 balcões de check-in, três esteiras de bagagem e sete aparelhos raio-X. Toda a estrutura será distribuída em dois andares que serão atendidos por 11 elevadores e quatro escadas rolantes.

Histórico
As obras de reforma e ampliação do Aeroporto Santa Genoveva começaram em 2005, mas foram paralisadas seis meses depois por falta de repasses de recursos federais. Em 2006, o TCU apontou superfaturamento nos preços praticados. Em 2007, as empreiteiras responsáveis pelo consórcio suspenderam as atividades de reforma do Aeroporto Santa Genoveva. No ano seguinte, a Infraero rescindiu o contrato.

Após seis adiamentos e dois anos para a construção, a Infraero entregou uma nova sala de embarque no Santa Genoveva, em outubro de 2011. Chamada oficialmente de Módulo Operacional Provisório (MOP), a nova ala ganhou o apelido de "puxadinho".

Em dezembro de 2011, a Infraero, o Governo de Goiás e os representantes do consórcio responsável pela obra do novo terminal assinaram um acordo para garantir a conclusão do novo terminal. Mas em junho de 2012, uma vistoria do TCU constatou que o projeto original ficou ultrapassado e precisou ser modificado. Os trabalhos no canteiro foram retomados em setembro de 2013.

Greve
Após quatro meses de trabalho, os operários entraram em greve no dia 31. Eles reivindicam melhores salários e condições de trabalho, além de melhores condições de trabalho, como a alimentação fornecida no canteiro de obras e um melhor alojamento àqueles que vieram de outros estados.

Os grevistas calculam que cerca de 50% dos operários da obra sejam "forasteiros". Acostumados ao trabalho em grandes obras, eles juntam dinheiro aqui para enviar às famílias, principalmente nos estados do Nordeste do país.
O consórcio Via/Odebrecht afirmou, em nota, que as atividades na obra não foram interrompidas e aguarda o cumprimento da ordem judicial para que todos retornem ao trabalho. As empresas afirmam ainda que cumprem integralmente a legislação trabalhista e contam com ações permanentes que proporcionam segurança e bem-estar aos colaboradores no canteiro de obras.
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