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Domingo, 21 de julho de 2024

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'Certo terrorismo', diz Michel Temer sobre atos violentos de black blocs

O vice-presidente da República Michel Temer (PMDB) qualificou os atos de violência dos integrantes da tática black bloc em manifestações como "certo terrorismo" e classificou os autores de depredações e ataques como organizações e grupos criminosos. "É necessária uma punição mais dura para quem usa da violência em manifestações", afirmou Temer. O vice-presidente e o governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) participaram da cerimônia de inauguração de duas fábricas de equipamentos de construção no distrito industrial de Indaiatuba (SP) nesta terça-feira (11).


O vice-presidente também comentou no evento a determinação da presidente da República Dilma Rousseff (PT) em relação ao apoio da Políca Federal (PF) nas investigações sobre a morte do repórter cinematográfico da TV Bandeirantes em um protesto no Rio de Janeiro (RJ). A vítima foi atingida na cabeça por um rojão na quinta-feira (6) e teve morte cerebral na segunda-feira (10). Andrade foi ferido durante uma confusão entre black blocs, a Polícia Militar (PM) e outros manifestantes.

Investigação
Os black blocs, segundo afirmam eles próprios, não formam uma organização, por não manterem lideranças ou estrutura de subordinação. Os integrantes costumam atacar com violência símbolos do Estado e de grandes corporações. O suspeito de ter entregue o rojão a quem disparou o artefato e atingiu o repórter cinematográfico é Fábio Mora, que está preso. Em imagens da TV Brasil, ele aparece vestindo blusa cinza, bermuda preta e um pano na cabeça.

Mora confirmou partipar do protesto, mas negou ser um black bloc. A Polícia Civil do Rio também não confirma que ele tenha relação com nenhum grupo ideológico Vizinhos do rapaz disseram que ele foi responsável por uma pichação com a inscrição: black block. "A Polícia Federal está colaborando com essas investigações e vai colaborar com todas as investigações, agora a pena final sera aplicada pelo judiciário", comentou o vice-presidente da República sobre a determinação da presidente da participação da PF nos trabalhos.
"Esse infeliz que causou a morte de um cinegrafista da TV Bandeirantes já está sendo investigado e vai sofrer as consequências da lei. Agora a pena final será aplicada pelo poder judiciário", completou Michel Temer. Após discurso na cerimônia, o governador de São Paulo Geraldo Alckmin não conversou com a imprensa.

Vice-presidente Michel Temer (PMDB) em entrevista na cidade de Indaiatuba (SP) (Foto: Isabela Leite/G1)
Foragido

A Polícia Civil divulgou, na manhã desta terça-feira, a foto de Caio Silva de Souza, de 23 anos, suspeito de acender o rojão que atingiu o repórter cinematográfico Santiago Andrade durante o protesto. De acordo com a polícia, é ele quem aparece nas imagens registradas por fotógrafos e cinegrafistas usando calça jeans e camisa cinza suada. Policiais da 17ª DP (São Cristóvão) realizavam, por volta de 11h30, buscas em diferentes regiões do estado, inclusive na Região dos Lagos, na tentativa de cumprir o mandado de prisão temporária expedido pela Justiça na segunda-feira (10).

Segundo a polícia, Caio Silva de Souza é considerado foragido já que não foi localizado em seus endereços. O rapaz tem quatro passagens pela polícia – duas delas por envolvimento em ocorrências de tráfico de drogas, segundo a Polícia Civil do Rio. No entanto, a corporação esclareceu que ele não chegou a ser indiciado (por isso não possui anotações criminais), já que as suspeitas não foram confirmadas. As ocorrências relacionadas a tráfico de drogas foram registradas na 53ª DP (Mesquita) e na 56ª DP (Comendador Soares), ambas na Baixada Fluminense, onde mora o suspeito.

Em relação à participação em protestos, Caio tem outras duas passagens pela polícia. Uma por ter sido vítima de agressão, outra por um crime de menor potencial ofensivo, ainda de acordo com a polícia. O rapaz foi identificado após ajuda de Fábio Raposo, que confessou ter participado da ação e está preso desde domingo (9). Em depoimento, Raposo disse que Caio tem um perfil violento e que eles se conheciam apenas de outros protestos.
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