A capital é planejada. E foi planejada logo ali, há pouco mais de 50 anos. Não foi planejada há mais de 2 mil anos, como os sistemas de esgoto, de abastecimento de água, de escoamento das chuvas, do império romano, que servem até hoje.

Aliás, há mais de 150 anos, quando recém se criavam os primeiros automóveis, o prefeito Haussmann planejou Paris com esgotos, águas, estações de trem e grandes avenidas que servem com folga até hoje.

Já a capital do Brasil, construída por quem estimulou a indústria automobilística, é lugar de congestionamentos em todas as horas do dia. Aliás, o planejamento urbano, por aqui, está mais preocupado em regularizar invasões ilegais que ordenar a cidade como um lugar fácil de se viver.

O planejamento urbano, em geral, por todo o país – esse país chamado Brasil –, é retratado pelo seguinte repetitivo quadro: pavimenta-se a rua; depois, se abre o buraco para fazer o esgoto. Aí se fecha. Depois, abre o buraco para o telefone. Depois, se fecha. Depois, abre o buraco para ampliar a rede de água, ou de gás, ou de eletricidade. Aí, se fecha de novo.

Aí, vem uma chuva mais forte, a de sempre, na mesma época, e inunda tudo, porque o escoamento perde para o escoamento de águas pluviais dos romanos antigos. Isso que é planejamento!