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Domingo, 21 de julho de 2024

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Presos usam Facebook para ameaçar policiais militares no Amapá

O Serviço de Inteligência da Polícia Militar do Amapá identificou publicações no Facebook em que presos do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) ameaçam militares que atuam nas ruas de Macapá. As mensagens começaram a ser postadas um dia antes do sargento Luís Vieira ser morto com um tiro nas costas na noite de quarta-feira (12). O crime aconteceu em uma lanchonete no Centro de Macapá. Para a polícia, o ocorrido foi uma tentativa de assalto ao estabelecimento.


Um dos envolvidos no crime chegou a trocar tiros com o sargento e também foi morto no local da tentativa de assalto. No Facebook, um comentário na foto do suspeito morto sugere que os criminosos da cidade deveriam tomar uma atitude para combater a segurança pública. “E nós mesmos mano, se não tomarmos uma atitude vai ser normal a gente ver nossos irmãozinhos atropelados nas esquinas, tem que mostrar para esse ‘pelasacos’ que quem manda nas ruas é o crime mesmo”, comenta um homem conhecido como “Yure”.

Um oficial da Polícia Militar, que preferiu não se identificar, contou em entrevista ao G1 que o assassinato do sargento está ligado a execuções anunciadas pelos presos do Iapen. Duas horas antes do homicídio, o Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciodes) registrou a morte de um homem após troca de tiros com a polícia na 22ª avenida do bairro Congós, Zona Sul de Macapá.

“Houve um alerta de facções que prometeram matar dois policiais a cada um bandido morto. É muito difícil acreditar em uma coincidência. Todos nós sabemos que não tem bloqueadores de celular dentro do Iapen. Isso facilita as ações criminosas na cidade”, contou o oficial, que acrescentou haver policiais "pais de família indo trabalhar com medo”.

O diretor-presidente do Iapen Nixon Kennedy informou que atualmente o estado não tem pretensão de instalar bloqueadores de celular no presídio por causa da qualidade da internet disponível e pelo dispositivo não garantir eficiência.
"O Amapá tem uma particularidade que dificulta a implantação desse sistema, que é a falta de banda larga, necessária para operar o sistema. Além disso, os estados que colocaram esse dispositivo, não obtiveram resultados satisfatórios em nenhuma região do país", afirmou o diretor-presidente.

Na terça-feira (11), um homem conhecido como “Sales” publicou em seu perfil no Facebook que os policiais militares “irão para a bala”. Sales diz no comentário: “É, mas deixa esses vagabundos rirem agora, mais tarde quem estará rindo à toa sou eu. Esses vagabundo vão para a bala. Mais tarde Macapá vai ficar de cabeça para baixo”.

Ele e outros autores de ameaças já foram identificados pela polícia, informou o comandante geral da Polícia Militar do Amapá, coronel Aclemildo Barbosa. "Yure", que está preso por roubo, foi autuado dentro do Iapen horas depois da postagem. Barbosa afirmou que as ameaças são comuns na realidade vivida pelos policiais militares e que elas “não representam perigo”.

“Não existe comandos de assaltos ou crimes vindos de dentro do Iapen”, garante o comandante. “Tudo isso foi feito por presos que tiveram acesso a celulares e não sabiam que a investigação da Polícia iria encontrá-los, e os encontramos. (...) Tudo faz parte do ofício da nossa profissão”, destaca.
Segundo o diretor-presidente do Iapen Nixon Kennedy, investigações do setor de inteligência da penitenciária constataram que criminosos fora do presído utilizam nomes de internos para criar um perfil falso nas redes sociais. "Pessoas que comentem crime e estão em liberdade, utilizam perfis de outros crimonosos presos para praticar o delito. Então é dificil dizer se o gerenciador da conta é de alguém que esteja cumprindo pena. Não há levantamento de quantidade de pessoas cometendo essa prática", comentou.
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