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Domingo, 21 de julho de 2024

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Revoltada com estupro, população invade hospital e mata suspeito

Um homem de 24 anos preso por furto foi linchado por populares em Nova Crixás, na região norte de Goiás, na noite de sábado (5). De acordo com a Polícia Civil, os moradores da cidade acreditam que ele foi o autor do estupro de uma criança de seis anos e, por isso, o atacaram dentro do hospital da cidade, onde ele passava por exames. A unidade ficou destruída após a invasão.


Ao G1, o delegado de Mozarlândia Arthur Curado Fleury, que respondia por Nova Crixás durante o plantão, informou que o estupro aconteceu na madrugada de sábado, mas que não havia indícios de que o rapaz preso tinha participação no caso. “Alguém entrou na casa da família e tapou a boca da criança, a levando para um terreno baldio nas proximidades. Lá ele a estuprou e depois a levou de volta”, explicou. A criança chegou a ser hospitalizada após o crime, mas foi já foi liberada.

No mesmo dia, mais tarde, o rapaz de 24 anos foi preso na cidade suspeito de furtar uma casa. Ele foi levado para a delegacia e encaminhado para o hospital para fazer exames. Lá, foi agredido e morto. “Esse jovem foi liberado da prisão há 15 dias e já respondeu por um estupro. Ontem [sábado], ele foi preso após um furto, mas a população acreditava que ele foi o autor do abuso contra a criança. A vítima chegou a ir até a delegacia, mas não reconheceu o homem. Apesar da suspeita, não tínhamos provas que o incriminassem e, por isso, ele tinha sido autuado apenas pelo furto”, relatou o delegado.

Quando foi levado para o hospital para o exame de corpo de delito, o rapaz estava acompanhado por cerca de dez policiais, entre militares e civis, pois a polícia já temia pela integridade física dele. “Enquanto eles estavam lá dentro, centenas de pessoas começaram a se aglomerar do lado de fora. Infelizmente os policiais não conseguiram impedir a entrada dos moradores no hospital e eles acabaram matando o suspeito. Até alguns policiais chegaram a ficar feridos durante o confronto”, contou o delegado.

Após o ataque, as dependências do hospital ficaram destruídas. “Neste domingo [6] estão sendo feito apenas os atendimentos de emergência. A unidade precisou fechar as portas para os outros casos, pois muitos danos estruturais foram sofridos”, ressaltou Arthur.

Até a manhã deste domingo nenhum suspeito de participação no linchamento havia sido preso. A polícia também apura quem é o responsável pelo estupro da criança. “Não identificamos os responsáveis até o momento. Encaminhamos o corpo do homem morto para o IML [Instituto Médico Legal] para que seja colhido material genético. Com isso, faremos o confronto com os exames da criança e poderemos ter certeza se ele realmente era o autor do crime”, disse.

Três delegados da região estão em Nova Crixás para tentar solucionar os casos. Arthur informou, ainda, que as imagens das câmeras de segurança do hospital devem ajudar a identificar as pessoas envolvidas na morte do suspeito.
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