Olhar Direto

Domingo, 21 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Advogado da avó de Bernardo apresenta novas provas contra pai

O advogado da família da mãe biológica de Bernardo entregou à polícia na quinta-feira (24) documentos com provas que, segundo ele, demonstram o abandono do médico Leandro Boldrini em relação ao filho. O menino de 11 anos foi encontrado morto em uma cova em Frederico Westphalen, na Região Norte do Rio Grande do Sul, no dia 14 de abril. Além do pai, são suspeitos do crime a madrasta Graciele e a assistente social Edelvania Wirganovickz, amiga da mulher. Eles estão presos temporariamente.


“Há provas e elementos que demonstram uma sequência de atos na linha do tempo. Que começa com essa indiferença, com esse maltrato do menino, terminando com óbito do mesmo”, disse o advogado Marlon Taborda, como mostra reportagem do Bom Dia Rio Grande, programa da RBS TV.

Também na tarde de quinta-feira, Vanderlei Pompeu de Matos, advogado de Graciele, compareceu à delegacia de Três Passos, cidade onde o crime está sendo investigado. "Queria ver algumas diligências do caso, eu ainda estou me inteirando. Não conversei com a Graciele, só tive um contato. Estou me aproximando das provas e investigações, pode ter algumas surpresas, ela poderá apresentar a versão dela e teremos alguma novidade", comentou após sair do local.
Os três policiais que prenderam Leandro Boldrini também começaram a prestar depoimento, a pedido do advogado do médico, Jader Marques. As declarações não devem afetar o inquérito, de acordo com a Polícia Civil.

Perícia analisará materiais colhidos na Região Norte em Porto Alegre
Nesta sexta-feira (26), os materiais colhidos no local onde o corpo de Bernardo foi enterrado serão examinados em Porto Alegre. Um grupo de técnicos do Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizou uma análise em Três Passos e Frederico Westphalen. Em entrevista coletiva, dois peritos informaram que durante o trabalho não foram encontrados vestígios de soda cáustica nos carros que, segundo a Polícia Civil, levaram o menino pouco antes do assassinato.
A informação do uso de soda cáustica partiu de um depoimento que teria sido dado por Edelvania. Segundo a polícia, a assistente social disse que a madrasta colocou a substância no corpo do menino para acelerar a decomposição antes de enterrar a criança, sem saber se estava morta. A suspeita ganhou força quando foram constatadas substâncias brancas nos veículos durante a perícia realizada à tarde. No entanto, segundo os técnicos, uma era um fungo, e outra ainda passará por análise, mas é possível afirmar que não se trata de soda cáustica. Amostras de terra também serão analisadas.

A entrevista foi concedida pelos peritos Adriana Denardin e Evandro Gomes. Eles iniciaram a perícia em frente à residência onde a criança morava. De lá, andaram pelo caminho que a polícia acredita que Graciele tenha percorrido para levar o menino ao local do crime. Entre os pontos visitados estavam uma loja de peças para automóveis, o posto de combustíveis onde foram gravadas imagens da madrasta junto com o menino encontrando Edelvania.

Segundo a polícia, os vídeos mostram o momento em que a caminhonete preta estacionou com a madrasta e Bernardo no dia 4 de abril. Os dois desceram e encontraram Edelvania, que aguardava em um restaurante. Em seguida, os três entraram no veículo prata e foram embora. Horas depois, o carro retornou e Bernardo não estava mais com as duas mulheres.

Os peritos também analisaram a cova onde foi encontrado o corpo do menino, e não descartam que o buraco possa ter sido cavado por uma mulher. Ainda de acordo com os peritos, o prazo para o trabalho ser concluído pode passar de 60 dias.

Entenda
Bernardo foi visto pela última vez às 18h do dia 4 de abril, quando ia dormir na casa de um amigo, que ficava a duas quadras de distância da residência da família. No domingo (6), o pai do menino disse que foi até a casa do amigo, mas foi comunicado que o filho não estava lá e nem havia chegado nos dias anteriores.

No início da tarde do dia 4, a madrasta foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. Graciele trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.

"O menino estava no banco de trás do carro e não parecia ameaçado ou assustado. Já a mulher estava calma, muito calma, mesmo depois de ser multada", relatou o sargento Carlos Vanderlei da Veiga, do CRBM. A madrasta informou que ia a Frederico Westphalen comprar um televisor.

O pai registrou o desaparecimento do menino no dia 6, e a polícia começou a investigar o caso. Na segunda-feira (14), o corpo do garoto foi localizado em Frederico Westphalen.

De acordo com a delegada Caroline Virginia Bamberg, responsável pela investigação, o menino foi morto por uma injeção letal, o que ainda precisa ser confirmado por perícia. A delegada diz que a polícia tem certeza do envolvimento do pai, da madrasta e da amiga da mulher no sumiço do menino, mas resta esclarecer como se deu a participação de cada um.
Entre no nosso canal do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
 
Sitevip Internet