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Sábado, 20 de julho de 2024

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Provocação racial motivou briga em escola de Limeira, afirma agressora

A adolescente de 14 anos que agrediu uma estudante de 15 anos dentro da Escola Estadual Castelo Branco, em Limeira (SP), "está arrependida", segundo o advogado José Renato Pereira, que defende a jovem. De acordo com ele, a garota não imaginava a proporção que o caso iria tomar. A defesa alegou ainda que a vítima provocou a agressora com xingamentos racistas. A família da aluna agredida nega a versão do advogado.


No dia 9 de abril, a estudante Agata Luana Roque, de 15 anos, foi agredida em um corredor dentro da escola. A jovem foi atacada por duas alunas do mesmo colégio, de 14 e 15 anos. Para os familiares, Agata apanhou por estar há pouco tempo na instituição de ensino e por ser bonita, o que teria causado inveja.

Diferente do que familiares da vítima alegaram, o advogado da agressora de 14 anos relatou que a adolescente foi provocada. "A minha cliente é muito bonita também. Ela foi provocada pela outra garota por uma questão de racismo. A garota chamou ela de ‘neguinha do cabelo duro’ e disse que ela nunca poderia ter um cabelo igual ao dela", afirmou Pereira.

O advogado falou que a vítima nega a versão da agressora, mas que existem testemunhas que comprovam a versão. A agressora de 14 anos está apreendida na Fundação Casa, em São Paulo, desde 11 de abril. A Polícia Civil informou que a jovem já tinha registro por crimes semelhantes. A outra agressora, de 15 anos, está em liberdade assistida.

Arrependimento
De acordo com o advogado, a adolescente está abalada e arrependida do que fez. “Ela estava sendo provocada e, num ato impensado, agrediu a vítima. Mas ela está completamente arrependida e pretende pedir desculpas." Segundo ele, a jovem não imaginava a repercussão do caso, já que o problema foi divulgado em redes sociais e noticiado pela imprensa.

A vendedora Edineia de Marco, de 33 anos, mãe de Agata, rebate a versão do advogado. "Minha filha nega que tenha dito isso. Até porque a menina não é negra e não tem cabelo duro." A mãe da adolescente disse ainda que existem provas que as agressoras trocaram mensagens arquitetando a violência. "Elas não gostavam da Agata e têm inveja dela."

Entenda o caso

A agressão contra a adolescente ocorreu em um corredor da instituição no horário de saída para o intervalo. A estudante sofreu ferimentos no rosto e traumatismo craniano, além de ter o cabelo cortado. A violência foi registrada em vídeos compartilhados em redes sociais. A Polícia Civil acredita que a violência e filmagem foram premeditadas.
As agressoras foram apreendidas e encaminhadas à Delegacia de Defesa da Mulher, onde um boletim de ocorrência foi registrado como ato infracional análogo aos crimes de lesão corporal e desacato. As duas estudantes foram encaminhadas para a Fundação Casa de em São Paulo, mas a juíza Daniela Murata Barrichello decidiu liberar no dia 14 de abril a jovem de 15 anos.

A adolescente Agata retornou aos estudos em outra instituição de ensino pública um mês após ter sido espancada. A mãe da garota, Edineia de Marco, disse que a filha ficou traumatizada com o que aconteceu, mas decidiu retomar os estudos após iniciar tratamento psicológico em uma clínica da Prefeitura. A genitora da estudante disse também que a garota recebeu novas ameaças neste período.

A agressora de 15 anos terá liberdade assistida e acompanhamento psicológico durante seis meses, conforme sentença da Vara da Infância e da Juventude. A advogada da agressora, Elisabeth Silva, disse ao G1 não irá recorrer a sentença. A decisão foi decretada na última quarta-feira (7) pelo juiz Adilson Araki Ribeiro, de Limeira.
A Secretaria Estadual da Educação informou que a Diretoria Regional de Ensino de Limeira relatou que uma apuração preliminar sobre o caso está em curso e que funcionários e alunos são ouvidos para que sejam averiguadas as responsabilidades.
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