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Sábado, 20 de julho de 2024

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Padrasto diz ter espancado menina até a morte em suposto prostíbulo: 'Frio'

Participação da mãe em crime também é investigada em Cajati (SP).

Delegado espera laudo para saber se criança foi abusada sexualmente.

O padrasto de uma menina de 3 anos encontrada morta no sábado (14) em um suposto prostíbulo em Cajati, no Vale do Ribeira, interior de São Paulo, confessou ter agredido a criança até a morte. Em um primeiro momento, a mãe da menina Camilly Vitória Ferreira de Miranda, Rayana Cristina Ferreira de Lima, havia afirmado que a filha tinha caído da escada de um bar. A participação dela no crime ainda é investigada pela polícia. A criança chegou a ser encaminhada ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

A versão de participação da mãe e do padrasto, Erik Leite de Carvalho, já havia sido levantada pela família, que afirmou que Camilly Vitória teria sido encontrada com várias marcas de agressão. A informação foi confirmada pelo delegado responsável pelo caso, Tedi Wilson de Andrade. "Quando recebemos a notícia das agressões, tratei de enviar um investigador ao local. Ele constatou que as lesões não eram pequenas e que algumas delas eram antigas, outras mais recentes. Com isso, depois de a morte da criança ser confirmada, falamos com o casal, e eles apresentaram a história da queda no bar. Depois, quando os interroguei separadamente, confessaram o espancamento da menina", disse Andrade.

No entanto, segundo o delegado, o casal contou histórias diferentes para a morte da criança. "A mãe disse que só o padrastro espancou a menina e que ele pediu para ela ocultar a história. Já o homem admitiu que bateu na criança até a morte, porque era madrugada e ela não parava de chorar. Ele contou que havia bebido e se drogado com cocaína. No entanto, diz que a mãe também ajudou a espancar [a filha] e, que quando a menina parou de chorar, eles pararam de bater nela", relatou Andrade.

O delegado afirmou ainda que, ao falarem sobre o episódio, tanto a mãe, que tem mais um filho, quanto o padrasto se mostraram indiferentes. "Ao contar o que aconteceu, ele foi frio, falou como se nada tivesse acontecido. A mãe também foi fria, sem remorso. Ela só chorou uma vez, quando viu a criança, mas a reação dela não foi de desespero", acrescentou o delegado.

Sobre o andamento das investigações, Andrade espera agora o resultado dos exames periciais para saber se a criança foi abusada sexualmente. "Temos a hipótese de ter havido violência sexual, mas só poderemos comprovar a história quando sair o exame pericial", afirmou.

Questionado sobre a versão da família da menina, de que o local onde ela foi agredida, conhecido como "Pantera Negra", seria um prostíbulo, o delegado respondeu que só a investigação vai poder confirmar isso. "Trata-se de uma lanchonete, um bar. Eu questionei a proprietária do estabelecimento, mas ela tem alvará de funcionamento do local como um bar. Nos fundos, há seis quartos. A dona alega que a mãe chegou há 20 dias e que ela trabalharia no balcão para pagar a estadia. Agora, se há encontros amorosos no local, é uma situação que ainda temos que apurar. Pelo que pude constatar, é um bar mesmo, com estrutura bem precária até", completou Andrade.

Conselho Tutelar

A avó da vítima e mãe da suspeita disse que já havia denunciado o casal por maus-tratos ao Conselho Tutelar de Cajati, mas nada foi feito.

Por meio de nota, o órgão esclarece que a situação foi mesmo informada e que foram feitas duas visitas ao bar como "ação verificatória", mas nas duas ocasiões não foram encontrados nem o casal nem as crianças. No local, uma atendente teria informado que não havia ninguém morando na casa.
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