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Sábado, 20 de julho de 2024

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Para escultor, alemães que furtaram obra mereciam apenas 'uma bronca'

Foto: (Foto: Divulgação)

Obra de Inos Corradin, pintor e escultor ítalo-brasileiro

Obra de Inos Corradin, pintor e escultor ítalo-brasileiro

O pintor e escultor ítalo-brasileiro Inos Corradin recebeu com bom humor a notícia de que uma escultura de sua autoria havia sido furtada por uma dupla de torcedores alemães, na manhã de segunda-feira (14). A peça, denominada “A Bicicleta”, faz parte da exposição "Bate-bola: embarque de uma paixão", montada no saguão do Terminal 3 do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, na Grande São Paulo.

Para Corradin, os alemães não deveriam permanecer presos no país. “Se me chamassem, eu diria apenas para darem uma punição verbal, uma bronca, e os mandaria de volta para a Alemanha”, disse, rindo da situação.

Ele considerou o furto “como uma coisa estranha, meio insólita, meio inusitada”, ainda mais em se tratando de alemães, “sempre tão disciplinados”, mas fez questão de ressaltar que não ficou "tão assustado assim" quando soube do crime.
Para o artista plástico, a única explicação para tão inusitado fato é de que os alemães estavam “embriagados”. “Deviam estar eufóricos pelo título mundial, devem ter bebido muita cerveja e tentaram bancar os malandros”, disse.
Segundo Corradin, a atitude destes dois torcedores não pode ser tomada como parâmetro pelos brasileiros. “Ladrão tem em qualquer lugar do mundo e os alemães, no geral, se comportaram tão bem aqui que não será isso que vai apagar a impressão que eles deixaram por aqui.”

Avaliada, em R$ 25 mil, a obra, segundo o escultor, é uma das últimas da produção dele de esculturas e foi finalizada no ano passado após encomenda, justamente para integrar esta exposição sobre futebol. “De escultura, só tenho essa sobre futebol. Ela não está vendida”, afirmou. Vários outros esportes, como tênis, surfe e golfe, já serviram de inspiração, principalmente para pinturas, ao artista plástico.
As falsificações de obras são mais motivo de preocupação do que os furtos, revela Corradin. “Não tive obra roubada antes, mas falsificada, sim. Em um dia, localizei e identifiquei 35 obras falsificadas em galerias do Rio (de Janeiro). Conversei com os donos das galerias e eles rasgaram as falsificações. Me entregavam metade e a outra metade devolviam para os donos das pinturas. Você não pode imaginar quanta malandragem tem neste mercado de artes”, contou.
Indiciados
Heiko Beck, de 39 anos, e Rainer Kramm, de 48 anos, foram indiciados por furto qualificado consumado e responderão a processo criminal no Brasil, de acordo com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo. Segundo o boletim de ocorrência, como houve flagrante, não cabe à autoridade policial arbitrar fiança nesse caso. Se os estrangeiros quiserem responder em liberdade terão de constituir advogados para tentar recorrer dessa prisão na Justiça.
Eles estavam presos na carceragem do 1º Distrito Policial de Guarulhos e seriam transferidos para um Centro de Detenção de Provisória (CDP), enquanto aguardam pronunciamento da Justiça sobre um eventual pedido de soltura para responderem em liberdade.
Eles contaram à polícia, logo após a prisão, que estavam no país desde o começo da Copa e acompanharam todos os jogos da Alemanha. A dupla tinha ido ao jogo final do torneio no Maracanã, no Rio de Janeiro, e iria seguir para a Alemanha em um voo que deixaria Cumbica no período da tarde.
Enquanto aguardavam o voo, eles tiraram o objeto de dentro de um expositor de acrílico e despacharam a escultura em uma mala. A ação foi filmada por câmeras do sistema de vigilância. Seguranças do aeroporto reconheceram os alemães e acionaram a polícia.
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