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Sábado, 20 de julho de 2024

Notícias | Brasil

Remédio veterinário para cavalos é usado como droga em raves

A substância é um poderosos anestésico para cavalos.

Conhecida como special K, a droga é muito perigosa para a saúde.

Um poderoso anestésico para cavalos está sendo comprado e usado livremente por jovens em festas de música eletrônica. A droga é chamada de special K.

“Um vidro anestesia quatro cavalos, em geral. E eu usava em um dia o vidro todo. Te dá um bem estar muito bom e depois você não consegue sair dela. Tem que ser pouco. Estragou minha família, tudo a minha volta. Não sabia ficar sóbrio, só com o uso dela fica abobado, anestesiado, enrola a língua, é muito perigoso”. Este é o desabafo de um jovem que não consegue se livrar da droga.

Segundo o jovem, o primeiro contato com a droga geralmente acontece nas raves, festas de música eletrônica. A equipe do Jornal Hoje foi a uma dessas festas, em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, e não teve dificuldades para encontrar. Uma cápsula pode ser comprada por R$ 25.

A droga é tão perigosa que até quem vende alerta: “Vai te dar um ‘pancadão’. Em longo prazo, esses efeitos podem comprometer órgãos vitais. “O uso prolongado, o uso crônico pode afetar bastante o cérebro. Tem vários estudos mostrando alterações de cérebro, no sentido de atrofia. Ele fica menor, mais encolhido.

Problemas no fígado e também problemas urinários”, explica Diogo lara, professor de psiquiatria e biociências da PUC-RS.

Segundo a polícia gaúcha, a droga tem aparecido muito nas operações contra o tráfico. “Ela começou a ser apreendida e utilizada no Brasil há relativamente pouco tempo, dois, três anos, mas ela vem se mantendo na rede dos usuários e vem sendo cada vez mais utilizada”, afirma Mário Souza, delegado da Polícia Civil.

As pessoas que usam e comercializam a droga nas raves compram o anestésico em farmácias ou em lojas de produtos agropecuários. A lei manda apresentar receita médica, mas nem sempre é isso que acontece.

Quem não consegue largar o vício, alerta para o perigo: “Eu fui internado, tive que fazer tratamento, lutei muito, dois anos para sair dessa droga. Tem muitos amigos meus viciados, que não conseguem largar, pelo bem estar que ela te dá. Só que quando o efeito dela termina no teu corpo, você fica dez vezes pior. Aí você vai atrás de mais e é uma coisa que não tem fim”.
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