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Sábado, 20 de julho de 2024

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Menino que morreu após pular corda já havia sobrevivido a atropelamento

Menino que morreu após pular corda já havia sobrevivido a atropelamento
Pai diz que criança era saudável, mesmo após acidente com um caminhão.

Garoto, amante do futebol, se recusou a jogar no dia da morte, conta o pai.

Éder Veríssimo dos Santos, o menino de seis anos que morreu durante uma aula de educação física em Londrina, no norte do Paraná, já havia sobrevivido a um atropelamento por caminhão, há cerca de um ano, e era saudável, contou ao G1 o pai dele, o pedreiro Edmilson Patrício dos Santos.

"Uma vez, no ano passado, ele vinha da escola e escapou da mão do irmão [mais velho, de 16 anos]. Um caminhão o pegou. O 'rodado' passou em cima dele. Ele foi levado para o hospital, mas só teve escoriações. Não deu nada, naquela vez", afirma.
A criança, diz o pai, nunca teve problemas de saúde ou reclamou de dores, mesmo depois do acidente. Éder, costumeiramente, brincava na rua, batia pregos em pedaços de madeira no quintal, quebrava tijolos com martelo. Era um menino ativo e "bagunceira", que gostava também de jogar videogame e assistir à televisão, descreve Veríssimo. "Não pegava nem gripe".

O menino era fanático por futebol. Não perdia uma aula de educação física, relembra o pedreiro. No dia em que morreu, porém, ele disse ao professor que preferia ficar de fora da partida com os amigos, segundo a escola contou ao pai. Preferiu bater a corda para as meninas, no canto da quadra.

"Ele amava jogar bola. Se estivesse bem, nunca deixaria de jogar. O professor tinha que ter percebido que algo estava errado, já que ele sempre participou. Algo de muito estranho estava acontecendo", inquieta-se o pai.

De acordo com Veríssimo, não há nenhuma conclusão sobre a causa da morte do menino no atestado de óbito, no qual apenas está escrito: "Aguardando exame complementar". A suspeita de parada cardíaca, divulgada pelo Instituto Médico Legal (IML), é contestada pelo pai, já que o próprio médico legista, conta o pedreiro, disse que "o coração estava ótimo".

"Não deu para entender, porque ninguém me disse nada com certeza até agora. O médico que fez o atestado de óbito disse que ele não tinha nada, que o coração estava ótimo. O que foi, então? Não sei. Estamos aguardando esse tal 'exame complementar' para conseguir entender o que aconteceu", resigna-se.

O IML informou que não chegou a uma conclusão sobre o que causou a morte de Éder. Por isso, exames complementares (toxicológico e patológico) foram feitos e serão encaminhados na quarta-feira (6) para o IML de Curitiba, onde serão analisados. A previsão é de que o laudo final seja divulgado em 30 dias — portanto, no começo do mês de setembro.
Escola

A diretora da escola em que Éder estudava, Adriana Ribeiro Ferreira, disse que um trabalho especial com os colegas de sala do menino está sendo feito, desde a morte dele. Os alunos estão passando por atividades lúdicas, como leitura de livros que tratam como tema a tristeza, dinâmicas, piqueniques e oficinas de desenho.
"É muito difícil para todos nós. Estamos trabalhando com muito carinho, conversando com os alunos, com os pais, com a comunidade. As crianças fizeram homenagens por meio de desenhos, para expressar por meio das imagens esse momento difícil e tentar superá-lo. Foi muito bonito e, ao mesmo tempo, triste. Não está sendo fácil", relata Adriana.

A diretora lembra que o garoto sempre foi um bom aluno e nunca se queixou de qualquer tipo de problema. "O Éder sempre foi um bom aluno, nunca deu trabalho. Era uma criança normal, que gostava de brincar. Ele nunca reclamou de nada. Nunca ficou evidente que ele sentia cansaço ou alguma dor. Hoje, ficamos olhando para cada rostinho que entra na escola, para tentar entender porque uma vida que estava só começando terminou tão cedo, sem motivo algum".
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